Por Julia Payne
BRUXELAS (Reuters) - A Europa corre o risco de ficar para trás em inovação e investimento em energia verde se várias partes da legislação não forem alinhadas e simplificadas, disseram os presidentes-executivos da Volvo e da Vattenfall.
A estatal sueca Vattenfall é uma grande produtora de energia solar, eólica e hidrelétrica, bem como nuclear, e nesta terça-feira fechou um contrato de fornecimento de energia eólica de dez anos com a Volvo.
O presidente-executivo da Volvo, Martin Lundstedt, disse à Reuters após um evento em Bruxelas que a Europa pode perder a corrida pela inovação, já que uma série de novas metas de emissões da União Europeia (UE) e outras legislações de energia renovável não se alinham em termos de avaliações de impacto.
O grupo da indústria automobilística da Europa disse nesta terça-feira que os regulamentos de emissões Euro 7 propostos levarão a custos diretos até dez vezes maiores que as projeções da Comissão Europeia.
"Vamos implantar essas tecnologias na América do Norte e na Europa porque você precisa ter cadeias de valor regionais para que isso aconteça", disse Lundstedt. "Se formos lentos... o poder de inovação acontecerá onde vier primeiro."
A Volvo está fabricando frotas de caminhões movidos a bateria elétrica (BEV), mas as estações de carregamento para veículos pesados são praticamente inexistentes em escala utilizável na Europa. A montadora de caminhões também está desenvolvendo células de combustível movidas a hidrogênio, que devem chegar ao mercado na segunda metade da década.
A presidente-executiva da Vattenfall, Anna Borg, disse que a simplificação é fundamental. "Há uma coisa que a UE pode fazer e isso é simplificar. Hoje em dia, é tudo muito complicado em termos de legislação e permissão, e isso está nos atrasando."