Por Foo Yun Chee
BRUXELAS (Reuters) - A União Europeia pretende impor um padrão para portas de carregamento de bateria de dispositivos móveis como celulares e tablets, segundo uma proposta apresentada pela Comissão Europeia nesta quinta-feira.
A proposta está sendo elaborada há mais de 10 anos e o órgão executivo da UE cita benefícios ambientais e economia de 250 milhões de euros por ano para os usuários.
Sob a proposta, o conector USB-C vai se tornar porta padrão para todos os smartphones, tablets, câmeras, fones de ouvido, alto-falantes portáveis e consoles portáteis de videogames. Os carregadores poderão ser vendidos separadamente dos dispositivos.
A Comissão disse que não agiu para atingir a Apple (NASDAQ:AAPL) (SA:AAPL34) e que apenas está fazendo isso porque as empresas não concordaram com um padrão comum apesar de uma década de discussões.
A Apple reclamou da proposta. "Continuamos preocupados que a estrita regulação exigindo apenas um tipo de conector prejudica a inovação em vez de encorajá-la, o que, por sua vez, prejudicará consumidores na Europa e ao redor do mundo", afirmou a empresa que decidiu recentemente remover carregadores de seus aparelhos.
A empresa também se queixou do prazo de transição de 24 meses para as empresas cumprirem a legislação assim que ela seja adotada.
O comissário para assuntos de indústria da Comissão Europeia, Thierry Breton, citou a variedade atual de diferentes tipos de cabos para carregamento de dispositivos. "Meu trabalho é acabar com este mar de cobras sempre que possível", brincou ele durante entrevista a jornalistas.
Breton também minimizou as queixas da Apple. "Conheço estas empresas há anos. Toda a vez que avançamos com uma proposta elas começam a dizer 'ah! vai ser contra a inovação'. Não, isso não é contra a inovação, não é contra ninguém. Como tudo o que a Comissão faz, isto é pelos consumidores", afirmou ele.
Metade dos carregadores vendidos com celulares em 2018 eram compatíveis com portas USB micro-B, 29% com USB-C e 21% com o conector Lightning, da Apple, segundo dados da Comissão.
A proposta precisa ser aprovada pelos países membros e parlamentares da UE.