Por Paul Carrel e Stine Jacobsen
BERLIM/COPENHAGUE (Reuters) - Qualquer interrupção deliberada na infraestrutura energética da União Europeia terá uma "resposta robusta e unida", disse o principal diplomata do bloco, depois que vários Estados afirmaram que dois gasodutos russos para a Europa, que transportavam gás no Mar Báltico, foram atacados.
Ainda não está claro quem pode estar por trás dos vazamentos ou de qualquer sabotagem, se comprovada, nos gasodutos Nord Stream que a Rússia e os parceiros europeus gastaram bilhões de dólares construindo.
A Rússia, que reduziu as entregas de gás para a Europa depois que o Ocidente impôs sanções sobre a invasão da Ucrânia por Moscou, também disse que a sabotagem é uma possibilidade e que os vazamentos minam a segurança energética do continente.
A União Europeia acredita que a suposta sabotagem causou os vazamentos detectados na segunda-feira nos gasodutos Nord Stream, disse Josep Borrell à emissora alemã ntv, ecoando as opiniões transmitidas por Alemanha, Dinamarca e Suécia na terça-feira.
"Qualquer interrupção deliberada da infraestrutura energética europeia é totalmente inaceitável e será recebida com uma resposta robusta e unida", disse Borrell, segundo a ntv.
O volume de gás vazando do gasoduto Nord Stream 1 permaneceu inalterado nesta quarta-feira em relação ao dia anterior, disse a Guarda Costeira sueca em um e-mail à Reuters.
Os gasodutos Nord Stream têm sido focos de uma crescente guerra energética entre capitais da Europa e Moscou que prejudicou as principais economias ocidentais, elevou os preços do gás e provocou uma busca por suprimentos alternativos.
Nenhum dos gasodutos estava bombeando gás no momento em que os vazamentos foram encontrados, mas os incidentes arruínam quaisquer expectativas restantes de que a Europa possa receber combustível via Nord Stream 1 antes do inverno, enquanto também há preocupações sobre o gás canalizado via Ucrânia.
A Rússia reduziu o fornecimento de gás para a Europa via Nord Stream 1 antes de suspender completamente os fluxos em agosto, culpando as sanções ocidentais por causar dificuldades técnicas. Políticos europeus dizem que a ação foi um pretexto para deixar de fornecer gás.
O novo gasoduto Nord Stream 2 ainda não havia entrado em operações comerciais. O plano de usá-lo para fornecer gás foi descartado pela Alemanha dias antes de a Rússia enviar tropas para a Ucrânia, no que Moscou chama de "operação militar especial", em fevereiro.