A União seguirá vendendo as ações da Eletrobras (SA:ELET3) que detém, mesmo após a diluição com a recente operação de aumento de capital, afirmou nesta segunda-feira, 20, o ministro da Economia, Paulo Guedes. O ministro fez a afirmação ao dizer, sem dar detalhes, que o governo federal pretende direcionar recursos levantados com privatizações de estatais para dois fundos, um focado na erradicação da pobreza e outro, na "reconstrução nacional" da capacidade de investimento público.
Segundo Guedes, os dois fundos serão geridos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O ministro sinalizou para a venda de mais papéis da Eletrobras que seguem com a União durante discurso numa cerimônia comemorativa pelos 70 anos da instituição de fomento, na sede do banco, no Rio.
"Vamos colocar aqui no BNDES as ações da Eletrobras (num fundo gerido pelo banco). Agora é uma 'corporation', eu só preciso ter 10% (de participação no capital). E, na verdade, tenho 30 e tantos (%). Então, tenho sobrando uma porção de papéis da Eletrobras, que vou vender, ao longo do tempo", afirmou Guedes.
Segundo o ministro, o mesmo poderia ser feito com ações da Petrobras (SA:PETR4), caso os planos de privatizar a petroleira realmente sigam adiante. " Aliás, só de falar em privatizar a Petrobras e fazer uma migração para o Novo Mercado (o nível de governança corporativa da B3 (SA:B3SA3)), o valor (de mercado) dela sai de R$ 450 bilhões para R$ 750 bilhões. A União tem mais de um terço (do capital da Petrobras), passa, no mínimo, de R$ 150 bilhões para R$ 250 bilhões", estimou Guedes.
Em seguida, no discurso, o ministro citou a criação de "fundos". "O que vou fazer com esse dinheiro? Tem que ser devolvido para o povo brasileiro. Vamos fazer o fundo de erradicação da pobreza, de um lado. E o fundo de reconstrução nacional, de outro lado. Dois fundos. Vamos colocar o BNDES gerindo isso", afirmou Guedes.