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FMI alerta que dívida de economias avançadas segue em "máximos históricos"

Publicado 09.04.2014, 18:39
Atualizado 09.04.2014, 19:00

Teresa Bouza.

Washington, 9 abr (EFE).- A dívida dos países avançados segue em recordes históricos e superará 100% do Produto Interno Bruto (PIB), inclusive em 2019, advertiu nesta quarta-feira o Fundo Monetário Internacional (FMI).

O organismo afirmou hoje em seu relatório sobre "Vigilância Fiscal" que os riscos fiscais globais estão "diminuindo um pouco", mas ainda são "altos", e alertou que nos países avançados a dívida segue em "máximos históricos".

"O déficit fiscal das economias avançadas se reduziu em termos médios à metade desde os níveis mais profundos da crise e agora se situa em 3,5% do PIB", declarou hoje em entrevista coletiva Sanjeev Gupta, diretor do Departamento de Assuntos Fiscais do FMI.

Gupta disse esperar que a consolidação fiscal continue este ano, mas a um ritmo "mais gradual".

Apesar do progresso na hora de reduzir seus déficit fiscais, o rating médio de dívida pública contra o PIB continua sendo "persistentemente elevado" e superará 100% do PIB "inclusive para 2019", destacou Gupta.

Segundo o relatório, a dívida pública das economias avançadas equivalerá este ano em termos médios a 105,7% do PIB, com países como Japão e Estados Unidos à frente, seguidos de Grécia, Itália, Portugal e Grécia.

"Na maioria dos países (avançados) os níveis persistentemente altos de dívida seguem gerando dúvidas de médio prazo e os riscos das projeções fiscais são em alta em sua maioria", aponta o estudo, que indica que isso reflete as frágeis perspectivas de crescimento e a preocupação sobre a deflação.

"Frente a esse cenário, a principal prioridade continua sendo o design e implementação de planos de consolidação críveis de médio prazo para reduzir os níveis de dívida a níveis mais saudáveis", destaca o relatório.

Gupta se referiu hoje à situação concreta dos Estados Unidos, que necessita, disse, reduzir sua dívida de médio prazo fazendo frente "a despesas relacionados com a terceira idade".

Nos países emergentes, por sua parte, os déficit seguem "em níveis significativamente mais altos" dos registrados antes da crise na maioria das nações.

Além disso, naqueles países que estão mais estreitamente integrados com os mercados internacionais de capitais, começaram a subir os custos de endividamento e aumentado a volatilidade.

Essa combinação de fatores faz com que seja "urgente" a consolidação fiscal, sobretudo naqueles países nos quais os déficit e a dívida pública são "persistentemente elevados".

O FMI publicou também hoje seu relatório sobre Estabilidade Financeira Global, que indica que o lento processo de saneamento das contas bancárias na zona do euro e a adaptação dos países emergentes à progressiva normalização da política monetária americano representam os principais desafios financeiros globais.

"O processo de saneamento dos bancos e a dívida privada é incompleto no euro e está ainda freando a recuperação econômica", explicou José Viñals, diretor do departamento de Mercados de Capital do FMI em entrevista coletiva em Washington.

Além disso, ressaltou os desafios em relação às políticas macroeconômicas que representa a normalização da política monetária nos EUA, onde o Federal Reserve (Fed, banco central americano) já iniciou a retirada paulatina de seu multimilionário estímulo monetário.

O Fundo prevê que o Fed anuncie no "segundo trimestre de 2015" sua primeira alta de taxas de juros de referência, que se encontram entre 0% e 0,25% desde dezembro de 2008.

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