Investing.com – Mais um dia desafiador para a Americanas (BVMF:AMER3). Os papéis da varejista apresentavam o pior desempenho do Ibovespa na manhã desta segunda-feira, 16, com um recuo de 38,73% às 11h05 (de Brasília), com ações cotadas a R$1,93 após entrar várias vezes em leilão.
Enquanto isso, as ações da Magazine Luiza (BVMF:MGLU3) subiam 9,33%, a R$3,75 e as da Via (BVMF:VIIA3) disparavam 11,81%, a R$2,65. Já as ações do Mercado Livre (NASDAQ:MELI) subiam 5,72% em Nova York, a US$1083, com BDRs (BVMF:MELI34) em alta de 8,05%, a R$49,54.
SAIBA MAIS: O que são as penny stocks?
Entenda o caso
A crise ocorre após a divulgação da renúncia de Sergio Rial como CEO e de André Covre como CFO e Diretor de Relações com Investidores, somente alguns dias após assumirem os cargos. As saídas foram motivadas por ‘inconsistências contábeis’ nos balanços da Americanas, que atingiriam R$40 bilhões dos anos. Auditorias vão identificar se houve erro ou fraude, assim como determinar possíveis punições aos responsáveis.
Na sexta, a expectativa era de que os bancos rolassem a dívida. No entanto, a varejista conseguiu na Justiça proteção contra a antecipação do pagamento de dívidas por parte dos credores, após tutela cautelar do juiz Paulo Assed, da 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro. O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) deu o prazo 30 dias para a companhia entrar com pedido de recuperação judicial. Em relatório, a XP Investimentos (BVMF:XPBR31) avaliou que, uma recuperação judicial é alternativa mais provável para a companhia.
A situação aumentou a tensão com os credores e o primeiro a entrar na Justiça foi o BTG (BVMF:BPAC11), que recorreu contra a liminar que protege a varejista. Segundo os advogados do banco, a a liminar determina ilegalmente o estorno de um pagamento. Na visão do BTG, “fraude contábil não é função social legítima, merecedora de proteção da lei” e o ato “deve ser punido severamente, com suas potenciais consequências criminais”. O desembargador Luiz Roldão de Freitas Gomes Filho, do plantão judiciário do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), negou o agravo do banco.
Conforme apurou o jornal Valor Econômico, outros bancos devem seguir este caminho e procurar judicializar o caso. Entre os expostos, estão Bradesco (BVMF:BBDC4), Santander (BVMF:SANB11), Itaú (BVMF:ITUB4) e Safra.
Já as agências de classificação de risco Standard & Poor's e Fitch cortaram as notas de crédito da Americanas na última sexta-feira, 13.
Segundo fontes ouvidas pelo Scoop By Moover do TC, Sergio Rial deve deixar o cargo de negociador da Americanas. O executivo teria conflito de interesse com Santander e Vibra.