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Vale e BNDES investirão R$250 mi cada em fundo para minerais estratégicos

Publicado 02.10.2024, 17:59
Atualizado 02.10.2024, 18:00
© Reuters. Escritório da Valen4/06/2012nREUTERS/Denis Balibouse
VALE
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Por Marta Nogueira

RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Vale (BVMF:VALE3) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vão aportar 250 milhões de reais cada em um novo fundo com foco em projetos de minerais estratégicos, com o objetivo de estimular atividades de pesquisa e exploração mineral no Brasil, afirmaram os presidentes da empresa e do banco de fomento nesta quarta-feira.

A ideia é de que a participação da Vale e do BNDES atraia outros interessados para o fundo, que tem previsão inicial de receber ao todo até 1 bilhão de reais para investir em até 20 empresas na área de minerais estratégicos, segundo uma apresentação feita nesta quarta-feira a jornalistas.

O fundo ORE JGP BB (BVMF:BBAS3) Minerais Estratégicos FIP Multiestratégia, escolhido por meio de um processo competitivo, receberá o aporte inicial de Vale e BNDES e captará o restante no mercado. A previsão é que em março o fundo já inicie os investimentos nas empresas.

O presidente da Vale, Gustavo Pimenta, destacou que o lançamento do fundo junto com o BNDES é uma oportunidade de negócio, que visa desenvolver um mercado que no Brasil tem muito pouco acesso a capital.

"Não existe transição energética sem os minerais críticos", disse Pimenta, pontuando que a demanda por essas commodities é vista como crescente pelas próximas duas décadas.

"O grande desafio da indústria hoje é trazer esses minerais para a operação, desenvolver esses projetos, trazer esses projetos para as etapas comerciais", frisou, em sua primeira coletiva de imprensa após o início do seu mandato na véspera.

Antes da troca do CEO anterior, Eduardo Bartolomeo, por Pimenta, a Vale estava sob pressão do governo federal para realizar investimentos no país.

Pimenta ressaltou ainda que os projetos de mineração menores são os que mais têm dificuldades para ter acesso a capital.

O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, afirmou que o movimento permite ainda que a Vale possa diversificar parceiros no Brasil e que o banco busca abrir uma porta para que os pequenos e médios produtores "deem um salto de qualidade".

Entre os minerais estratégicos para transição energética e descarbonização citados pela empresa estão cobalto, cobre, estanho, grafita, lítio, manganês, minério de terras raras, molibdênio, nióbio, níquel, entre outros.

Fosfato, potássio e remineralizadores, minerais fundamentais para a fertilidade do solo, também estão no rol de elementos abrangidos pelo fundo.

As companhias que serão apoiadas pelo fundo serão brasileiras ou com sede no exterior, mas com 90% de operação nesses minerais estratégicos no Brasil.

Um dos focos iniciais do fundo será apoiar um trabalho das empresas para pesquisa mineral.

METAIS BÁSICOS

A Vale poderá eventualmente avaliar no futuro participar de algum desses projetos, caso ache interessante.

Entretanto, Pimenta pontuou que atualmente, na área de metais básicos, a empresa tem como foco ampliar suas operações em cobre e níquel, que já estão em seu portfólio.

"O nosso grande foco hoje são naqueles minerais que a gente tem em carteira, tanto níquel quanto cobre, porque a gente tem vantagem competitiva, a gente conhece esses minerais, a gente consegue produzir eles na curva de custo bastante competitiva para a indústria", afirmou.

O executivo disse que a Vale avalia oportunidades para crescer na produção de cobre, eventualmente triplicando sua produção, após ter ficado para trás na comparação com concorrentes.

© Reuters. Escritório da Vale
4/06/2012
REUTERS/Denis Balibouse

"A gente está produzindo 350 mil toneladas (ano). Os grandes operadores de cobre no mundo hoje já estão na faixa de 1 milhão de toneladas de produção. Então, a gente ficou um pouco para trás no cobre", disse Pimenta.

O maior foco em cobre e níquel, contudo, não significa que a Vale "não possa, em algum momento da nossa história, reavaliar e pensar em outros minerais críticos".

(Por Marta Nogueira)

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