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Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em alta nesta quinta-feira, com o desempenho de blue chips como Vale, Petrobras e Ambev ajudando a atenuar a pressão negativa do exterior e de preocupações com o cenário fiscal doméstico.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,42%, a 100.097,83 pontos. O volume financeiro somou 21,8 bilhões de reais, novamente abaixo da média diária do ano, de 29,2 bilhões de reais.
Mais cedo, o Ibovespa chegou a 98.561,51 pontos, no pior momento, pressionado ainda pela decepção com as sinalizações do Federal Reserve na véspera, além de dados ainda ruins da economia norte-americana e incerteza fiscal no Brasil.
Em Wall Street, o S&P 500 fechou em queda de 0,84%.
Segundo Eduardo Levy, diretor de investimentos da gestora Kilima, pela manhã a bolsa acompanhou mais o exterior, mas à tarde houve um pouco mais de compra em alguns papéis específicos, que ajudaram a trazer o Ibovespa para o azul.
Ele ressaltou, porém, que volume não é expressivo. "A impressão é que não há um fluxo forte tanto na compra quanto na venda, mas há preocupações com o cenário econômico principalmente no que diz respeito à situação fiscal do Brasil."
No evento mais recente, o presidente Jair Bolsonaro autorizou o relator do Orçamento a incluir na proposta orçamentária de 2021 a criação de um programa social com a mesma função do Renda Brasil, renegado pelo presidente.
Além dos ruídos político-fiscais no país e alguma aversão a risco vinda do exterior, Guilherme Motta, gestor de renda variável da GAP Asset, chamou a atenção para o elevado número de ofertas de ações - follow-on e IPO - no mercado brasileiro.
"Isso faz com que o mercado fique sobreofertado em termos de fluxo", afirmou, citando que tal fator tem ajudado a deixar o Ibovespa oscilando em um intervalo razoavelmente curto entre 99 mil e 103 mil pontos.
Apenas neste ano, já ocorreram cerca de 30 ofertas (IPOs e follow ons), de acordo com dados disponíveis no site da B3 (SA:B3SA3), e há em torno de 50 ofertas iniciais engatilhadas, segundo registros na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
DESTAQUES
- VALE ON (SA:VALE3) fechou em alta de 1,82%, após recuar até 1,4% no começo do dia, com ações do setor entre os destaques positivos, diante do ânimo com dividendos da Vale e perspectiva de alta de preços de aço das siderúrgicas. USIMINAS (SA:USIM5) capitaneou os ganhos no setor e subiu 5,15%, tendo ainda no radar melhora na recomendação pelo Credit Suisse.
- PETROBRAS PN (SA:PETR4) e PETROBRAS ON (SA:PETR3) subiram 1,93% e 2,23%, embaladas pela melhora dos preços do petróleo no exterior, com o Brent fechando em alta de 2,56%.
- AMBEV ON (SA:ABEV3) subiu 4,78%, com dados do setor de bebidas alimentando apostas de melhora nos volumes da companhia no terceiro trimestre.
- ITAÚ UNIBANCO PN avançou 0,13%, enquanto Bradesco (SA:BBDC4) PN teve acréscimo de 0,24%.
- MAGAZINE LUIZA ON (SA:MGLU3) recuou 2,32%, com varejistas ligadas a comércio eletrônico mais uma vez acompanhando o movimento mais negativo de ações de tecnologia nos EUA. B2W ON (SA:BTOW3) caiu 1,21% e VIA VAREJO ON (SA:VVAR3) cedeu 0,44%.
- B3 ON perdeu 0,6%, engatando a terceira sessão de queda e dando continuidade ao ajuste iniciado em meados de julho, quando o papel atingiu cotação recorde.
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