Por Rodrigo Viga Gaier
RIO DE JANEIRO (Reuters) - O faturamento do varejo brasileiro com as vendas de Natal deve ter um crescimento real esse ano de 1,2%, o primeiro desde o início da pandemia, segundo a Confederação Nacional do Comércio (CNC), mas ainda deve ficar abaixo dos níveis de 2019.
Em 2022, as vendas no varejo deverão movimentar 65 bilhões de reais ante 64,2 bilhões em 2021, abaixo do faturamento de 67,55 bilhões de 2019.
Os destaques devem ser setores sazonalmente influenciados pelas festas de fim de ano: roupas, calçados e acessórios, e super e hipermercados, segundo a entidade.
"Esse crescimento após dois anos em queda foi viabilizado por programas de recomposição de renda neste ano, recomposição do mercado de trabalho com ocupação maior e menos desempregados e também se deve a uma desaceleração dos preços)", disse à Reuters o economista da CNC, Fábio Bentes.
"Ainda temos juros elevados, endividamento das famílias alto; isso impede um crescimento de vendas mais fortes no Natal deste ano. Essa é a data mais importante do comércio."
Os Estados de São Paulo (22,19 bilhões de reais), Minas Gerais (5,59 bilhões) e Rio de Janeiro (5,56 bilhões) concentrarão mais da metade (51,3%) da movimentação financeira prevista para as vendas de Natal, segundo a CNC.
A entidade afirmou que o câmbio mais favorável também vai ajudar a fomentar as vendas neste fim de ano. O câmbio entre setembro e novembro teve um recuo de 4,5% ante igual período do ano passado.
"Esse comportamento do câmbio, no contexto de reajustes expressivos nos preços praticados pela indústria nacional, fomentou a importação de produtos sazonalmente mais demandados nesta época do ano", disse a CNC.
Dados da Secretaria de Comércio Exterior mostram que as importações de produtos tipicamente natalinos entre setembro e novembro de 2022 (468,9 milhões de dólares) cresceram 8% em relação ao mesmo período de 2021 (436,1 milhões), alcançando o maior volume desde 2014 (487,9 milhões).