Investing.com - As varejistas devem apresentar um trimestre com resultados mistos nesta temporada de balanços, segundo a XP (SA:XPBR31). De um lado, os atacarejos e as empresas com público de alta renda devem trazer números sólidos, enquanto na outra ponta, as pressões de custo e as tendências inflacionárias devem pesar sobre as margens das companhias.
A XP aponta que as varejistas de alta renda devem ser os destaques da temporada no setor, pois a sua demanda segue sólida, enquanto as companhias têm pricing power para proteger margens do aumento de custos.
O varejo físico terá uma vantagem nos números deste trimestre, de acordo com a corretora, já que a base de comparação de março de 2021 foi fraca, prejudicada pela segunda onda da Covid-19.
O e-commerce, por outro lado, deve ter um desempenho menor, apesar de que a XP espera por uma melhora na dinâmica de margem uma vez que as companhias aumentaram suas taxas de comissão este ano. O destaque nesse segmento provavelmente será a Americanas (SA:AMER3), segundo a corretora, já que a empresa deve superar os seus pares por ter uma menor exposição aos bens duráveis.
Já as farmácias devem apresentar resultados sólidos, se beneficiando de uma demanda mais forte no trimestre por medicamentos e testes para a Covid, devido ao surto de Ômicron e gripe no 1T22. Porém, a XP também estima que as margens fiquem mais pressionadas pelo impacto da inflação. Para a corretora, a Panvel (SA:PNVL3) será o destaque positivo do trimestre, enquanto a d1000 (SA:DMVF3) deve ser o negativo.
Por fim, o varejo alimentar já reportou uma sólida performance de vendas no 1T22, com uma forte recuperação sobre o 4T21. Sobre a rentabilidade, a XP espera por margens robustas para Assaí (SA:ASAI3) e Atacadão, enquanto a operação de varejo do Carrefour (SA:CRFB3) deve continuar a abrir mão de margens para sustentar competitividade de preço e seu plano de fidelidade. Já o Grupo Pão de Açúcar (SA:PCAR3) deve enfrentar desafios, principalmente devido aos impactos negativos do fechamento das lojas Extra.