Por Alberto Alerigi Jr.
SÃO PAULO (Reuters) - A comercialização de cimento no Brasil cresceu 2,8% em maio na comparação anual, para 4,76 milhões de toneladas, informou nesta sexta-feira o sindicato que representa os fabricantes do material, Snic.
O crescimento foi puxado por obras imobiliárias que já estavam em andamento quando a epidemia de Covid-19 eclodiu no país. Além disso, a entidade citou o fenômeno do isolamento social, que tem feito com que mais pessoas realizem reformas em suas moradias, a chamada autoconstrução.
"Isto é corroborado por pesquisas que mostram que as lojas de materiais de construção tiveram uma queda brusca (de vendas) em março, mas desde então se recuperam, atingindo em maio níveis de vendas pré-Covid-19", afirmou o Snic. A entidade citou levantamentos realizados pela associação brasileira de incorporadoras imobiliárias (Abrainc) e pela empresa de meios de pagamento Cielo (SA:CIEL3).
Por dia útil, as vendas de maio foram ainda mais intensas, subindo 9,7% na comparação anual, para 211,6 mil toneladas, informou o Snic.
"Os resultados são surpreendentes até o momento, mas nada ilusórios a longo prazo", afirmou em comunicado à imprensa o presidente do Snic, Paulo Camillo Penna. As vendas estão sendo sustentadas, em sua grande maioria, pelo mercado imobiliário residencial e isto impõe cautela do setor para o futuro", acrescentou.
Em maio, apenas a região Sudeste apresentou queda nas vendas de cimento, de 0,9%, sobre um ano antes. O Sul, que iniciou movimento mais significativo de reabertura econômica, apresentou o melhor desempenho, com expansão de 10,4%. A região foi seguida pelo Nordeste, onde as vendas do insumo cresceram 6,1% no período. O Centro-Oeste teve expansão de 4,3% e no Norte houve estabilidade.
No acumulado do ano até o final de maio, as vendas de cimento no país somam 21,62 milhões de toneladas, queda de 0,4% sobre o mesmo período de 2019.