Viviana García.
Londres, 12 set (EFE).- Com a privatização do serviço de correio Royal Mail anunciada nesta quinta-feira, o governo britânico se desfaz de uma das instituições mais emblemáticas do país, cuja origem remonta ao reinado de Henry VIII (1491-1547).
O serviço foi fundado em 1516 pelo monarca da casa Tudor, que estabeleceu a primeira rota postal entre Londres e a cidade de Dover, no sudeste da Inglaterra.
Na época o correio era conhecido como "Master of the Posts" (o senhor das mensagens), e era de uso exclusivo do soberano inglês até 1635, quando o rei Charles I (1600-1649) autorizou a população a utilizar o serviço.
O correio se desenvolveu rapidamente. Em 1657 foram estabelecidas as primeiras rotas postais e em 1660 Charles II (1630-1685) renomeou o serviço de "General Mail Office" (Escritório Geral dos Correios).
No fim do século 18, o Royal Mail se estabelece como uma verdadeira instituição britânica ao aparecerem as primeiras carretas postais que levavam o escudo de armas real e eram protegidas por homens armados com capas púrpura e chapéus negros.
A partir de 1830, com o desenvolvimento da revolução industrial, as carretas jogadas por cavalos eram substituídas pelos trens para o envio das cartas, o que permitiu acelerar consideravelmente as entregas.
Pouco depois, o Royal Mail viveu uma grande transformação ao determinar o pagamento antecipado dos envios postais e passar a cobrar por peso em vez de distância.
Em 1840 foi emitido o primeiro selo postal, o que permitiu ampliar cada vez mais o acesso do correio entre a população e em 1852 foi instalada na ilha de Jersey a primeiro caixa do correio.
A princípio elas eram verdes para combinar com a cor do mato, mas pela dificuldade em distingui-las em 1871 se tornaram vermelhas, cor usada até hoje.
Com o desenvolvimento das comunicações, o Royal Mail passou a oferecer serviços telefônicos e telegráficos, e em 1930 era uma das instituições mais importantes do mundo para trabalhar.
Com suas caminhonetes e caixas do correio vermelhas e a figura da coroa da rainha Elizabeth II da Inglaterra, o Royal Mail é hoje um dos serviços mais reconhecidos do país.
Símbolo desse apreço é a não-privatização do serviço por Margaret Thatcher, que depois de chegar ao poder, em 1979, empreendeu uma onda de privatizações. Apesar do extremo liberalismo econômico, a chamada "Dama de Ferro" chegou a declarar que não estava disposta a "privatizar a cabeça da Rainha".
Tory Michael Heseltine e o trabalhista Peter Mandelson também não ousaram por o Royal Mail em mãos privadas por causa da forte oposição dos deputados.
Com a última crise financeira e a chegada em maio de 2010 do governo liderado pelo conservador David Cameron, as tentativas de privatizar o serviço voltaram. A Lei de Serviços Postais, aprovada em 2011, deu sinal verde à privatização.
A venda do Royal Mail, responsável pela distribuição cartas e pacotes, não inclui os escritórios dos correios Post Office, responsáveis pelo atendimento ao cliente.EFE
Londres, 12 set (EFE).- Com a privatização do serviço de correio Royal Mail anunciada nesta quinta-feira, o governo britânico se desfaz de uma das instituições mais emblemáticas do país, cuja origem remonta ao reinado de Henry VIII (1491-1547).
O serviço foi fundado em 1516 pelo monarca da casa Tudor, que estabeleceu a primeira rota postal entre Londres e a cidade de Dover, no sudeste da Inglaterra.
Na época o correio era conhecido como "Master of the Posts" (o senhor das mensagens), e era de uso exclusivo do soberano inglês até 1635, quando o rei Charles I (1600-1649) autorizou a população a utilizar o serviço.
O correio se desenvolveu rapidamente. Em 1657 foram estabelecidas as primeiras rotas postais e em 1660 Charles II (1630-1685) renomeou o serviço de "General Mail Office" (Escritório Geral dos Correios).
No fim do século 18, o Royal Mail se estabelece como uma verdadeira instituição britânica ao aparecerem as primeiras carretas postais que levavam o escudo de armas real e eram protegidas por homens armados com capas púrpura e chapéus negros.
A partir de 1830, com o desenvolvimento da revolução industrial, as carretas jogadas por cavalos eram substituídas pelos trens para o envio das cartas, o que permitiu acelerar consideravelmente as entregas.
Pouco depois, o Royal Mail viveu uma grande transformação ao determinar o pagamento antecipado dos envios postais e passar a cobrar por peso em vez de distância.
Em 1840 foi emitido o primeiro selo postal, o que permitiu ampliar cada vez mais o acesso do correio entre a população e em 1852 foi instalada na ilha de Jersey a primeiro caixa do correio.
A princípio elas eram verdes para combinar com a cor do mato, mas pela dificuldade em distingui-las em 1871 se tornaram vermelhas, cor usada até hoje.
Com o desenvolvimento das comunicações, o Royal Mail passou a oferecer serviços telefônicos e telegráficos, e em 1930 era uma das instituições mais importantes do mundo para trabalhar.
Com suas caminhonetes e caixas do correio vermelhas e a figura da coroa da rainha Elizabeth II da Inglaterra, o Royal Mail é hoje um dos serviços mais reconhecidos do país.
Símbolo desse apreço é a não-privatização do serviço por Margaret Thatcher, que depois de chegar ao poder, em 1979, empreendeu uma onda de privatizações. Apesar do extremo liberalismo econômico, a chamada "Dama de Ferro" chegou a declarar que não estava disposta a "privatizar a cabeça da Rainha".
Tory Michael Heseltine e o trabalhista Peter Mandelson também não ousaram por o Royal Mail em mãos privadas por causa da forte oposição dos deputados.
Com a última crise financeira e a chegada em maio de 2010 do governo liderado pelo conservador David Cameron, as tentativas de privatizar o serviço voltaram. A Lei de Serviços Postais, aprovada em 2011, deu sinal verde à privatização.
A venda do Royal Mail, responsável pela distribuição cartas e pacotes, não inclui os escritórios dos correios Post Office, responsáveis pelo atendimento ao cliente.EFE