Por Norihiko Shirouzu
PEQUIM (Reuters) - O declínio da Ford Motor na China se intensificou, com as vendas de veículos despencando 38 por cento em junho e a empresa registrando seu pior primeiro semestre, conforme os compradores se afastam dos seus modelos datados que aguardam atualizações e migram para as montadoras rivais.
A Ford anunciou nesta sexta-feira que vendeu 62.057 veículos na China em junho, elevando as vendas na primeira metade do ano a 400.443 unidades, um volume 25 por cento menor na comparação com igual período de 2017.
De acordo com a consultoria LMC Automotive, foi o maior declínio percentual da Ford em um primeiro semestre desde que a empresa começou a operar na China, em 2001.
A Ford, que realizou uma grande expansão na China no começo da década, está pagando o preço pela falta de novos modelos em sua linha de montagem. No ano passado, as vendas da empresa recuaram 6 por cento, ainda que as vendas totais no país tenham crescido 3 por cento.
"Sempre soubemos que seria um ano desafiador para nós, dada a nossa posição no ciclo de produtos", disse Peter Fleet, diretor das operações da Ford na região da Ásia-Pacífico, incluindo China, em comunicado.
Fleet havia dito anteriormente que as vendas da Ford provavelmente não ganhariam força na China, maior mercado automotivo do mundo, até o próximo ano, quando os primeiros modelos novos chegam em showrooms em números suficientemente grandes.
Os números fracos de vendas surgem num momento em que Estados Unidos e China adotam impostos sobre 34 bilhões de dólares em bens importados um do outro, com Pequim acusando Washington de desencadear a "guerra comercial de maior escala" em uma acentuada escalada do conflito que já dura meses.