Por Luciana Bruno
SÃO PAULO (Reuters) - O novo presidente da Via Varejo (SA:VVAR11), Peter Estermann, disse nesta quinta-feira que a empresa de móveis e eletroeletrônicos espera capturar nos próximos trimestres ganhos de eficiência obtidos com os cortes de custos e de pessoal realizados desde o segundo trimestre.
"Esperamos que os resultados dos próximos trimestres já possam capturar ganhos de eficiência implementados e que estamos implementando na empresa", disse Estermann em teleconferência com analistas após a divulgação dos resultados de julho a setembro, no qual a empresa teve prejuízo de 46 milhões de reais por conta da queda das vendas.
A estimativa da Via Varejo, dona das marcas Ponto Frio e Casas Bahia, é que as iniciativas de cortes de despesas, que além de redução de quadro de funcionários e fechamento de lojas também inclui renegociação de aluguéis, tenham impacto positivo anualizado de 1 bilhão de reais nos resultados da companhia.
"Daremos continuidade a esse plano e vamos acelerar iniciativas com senso de urgência para garantir melhorias mais significativas no curto e médio prazos", disse Estermann. "Dessa forma, a margem Ebitda ajustada que obtivemos ainda não reflete todos os ganhos que esperamos ter com os ajustes."
A margem Ebitda ajustada da Via Varejo ficou em 4 por cento no terceiro trimestre, queda de mais de seis pontos percentuais na comparação ano contra ano.
De acordo com o diretor de relações com investidores da companhia, Marcelo Rizzi de Oliveira, a Via Varejo já percebeu uma melhora das vendas em setembro e outubro, apesar de estas permanecerem em queda frente ao ano passado.
"Smartphones e ar condicionado são categorias que estão tendo melhor desempenho", declarou. "Estamos projetando vendas melhores do que vimos nos últimos trimestres por conta de eventos como Black Friday, Natal e saldões."
Os executivos evitaram comentar a política de preços da companhia para os próximos trimestres. "Não vou detalhar a estratégia de preço implementada, mas, o fato é que entendemos que, neste momento, pela resposta que temos tido em termos de vendas, que encontramos ponto de margem que nos permite alavancar vendas", disse Estermann.
"Definimos (internamente) qual a margem bruta adequada para sermos competitivos e fecharmos qualquer negócio na loja", disse por sua vez o diretor de relações com investidores, sem informar qual seria esse patamar.
A Via Varejo fechou 36 lojas no ano, excluindo aquelas fechadas por determinação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), e prevê encerrar ainda mais unidades no quarto trimestre e no ano que vem caso estas não apresentem desempenho adequado, disseram os executivos da empresa.
Segundo Oliveira, a companhia continua olhando "diligentemente" para oportunidades de fusões e aquisições. "Mas não é foco da companhia neste momento. Se aparecer oportunidade, vamos avaliar com carinho", declarou.