SÃO PAULO (Reuters) - A Via Varejo (SA:VVAR3) teve prejuízo operacional líquido de 244 milhões de reais no terceiro trimestre, ampliando resultado negativo de 38 milhões sofrido um ano antes, em desempenho que trouxe queda de receita e vendas mesmas lojas, embora a empresa tenha conseguido forte expansão no segmento de marketplace.
A companhia, que na véspera assustou o mercado ao informar que abriu investigação para apurar denúncias anônimas de irregularidades contábeis, teve um resultado operacional medido pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado de 242 milhões de reais, queda de 42,5% sobre o desempenho do terceiro trimestre de 2018.
Segundo dados da Refinitiv, analistas esperavam, em média, prejuízo líquido de cerca de 10 milhões de reais e Ebitda de 249,6 milhões para a Via Varejo, dona das bandeiras Casas Bahia e Ponto Frio.
A Via Varejo, que na véspera também informou que resultados preliminares das investigações não confirmaram as irregularidades denunciadas, comentou no balanço que o resultado final foi impactado por queda nas vendas de mercadorias e "menor penetração de serviços financeiros", que levaram a receita líquida recuar 10,7% no período, para 5,69 bilhões de reais.
As vendas mesmas lojas recuaram 2,2% no terceiro trimestre ante expansão de 2,6% um ano antes. Mas as vendas no marketplace, operação online que reúne ofertas de terceiros, no conceito GMV subiram 79%, para 463 milhões de reais. O desempenho desse segmento foi bem diferente da operação de comércio eletrônico própria da Via Varejo, cujo GMV faturado no terceiro trimestre recuou 17,3%, para 1,53 bilhão de reais, afetada por "instabilidade das ferramentas no canal online (sites e aplicativos) e a integração da Cnova".
Segundo a Via Varejo, em setembro, após ajustes na plataforma online, a empresa pode observar "uma clara evolução de performance do e-commerce e crescimento a partir de então, o que nos dá confiança para a realização de uma grande Black Friday".
A companhia, que passou do GPA (SA:PCAR4) ao controle da família Klein em meados deste ano, encerrou outubro com 5.477 lojas físicas ante 5.526 um ano atrás.
Do total das vendas, 21% foram à vista no terceiro trimestre ante 24% um ano antes. Já as vendas via carnê subiram de 10,5% para 11,2%, enquanto as de cartões de crédito também tiveram avançaram.
"A estabilidade da taxa de juros e da inflação, a melhora do grau de confiança dos consumidores e a nova estratégia da companhia, favoreceram o crescimento da demanda por crédito no terceiro trimestre. Neste contexto, a companhia intensificou os seus esforços para a expansão do carnê", afirmou a Via Varejo no balanço.
(Por Alberto Alerigi Jr.)