Por Philip O'Connor
ZHANGJIAKOU, China (Reuters) - As empresas nas Olimpíadas de Pequim estão contornando a barreira do idioma usando aplicativos de alta tecnologia e um dispositivo semelhante a um smartphone para traduzir do mandarim e manter os negócios funcionando.
Embora a política chinesa de "Covid zero" tenha interrompido o fluxo de fãs de esportes que normalmente estariam torcendo por seus favoritos, ainda existem milhares de atletas, treinadores, jornalistas e técnicos na China com dinheiro para gastar.
"Nos últimos dias, tivemos mais clientes e usamos este smartphone para traduzir quando nos comunicamos com os clientes", disse o assistente de sorveteria Wang Jianxin, enquanto falava em um smartphone e o dispositivo traduzia rapidamente suas palavras antes de lê-las de volta em uma voz feminina suave.
Com funcionários e voluntários frequentemente usando máscaras e viseiras, a comunicação pode ser difícil, e o mandarim tem pouco em comum com idiomas como inglês, alemão, norueguês, francês e russo, falados por muitos competidores olímpicos.
Para isso, a ajuda está disponível na forma de dispositivos como o iFLYTEK Jarvisen, um tradutor de inteligência artificial desenvolvido na China.
Alguns turistas que não falam mandarim usam canetas marcadoras para destacar os pratos que desejam nos menus de plástico de restaurantes, e a comunicação verbal é feita por meio de um dispositivo de tradução.
Embora os aplicativos e dispositivos estejam funcionando bem para muitos, ainda há coisas que se perdem na tradução.
"Uma vez tivemos uma experiência em que queríamos 'leite de vaca'", explicou o jornalista alemão Frank Schneider na sorveteria onde Wang trabalha.
"Mas 'vaca' em inglês (cow) foi entendido como 'tosse' (cough), o que levou a alguma confusão --as pessoas aqui têm mais medo do corona (Covid-19) e a tosse é um dos sintomas. (Mas) no geral, funciona muito bem", acrescentou.
(Por Fabian Hamacher, Yiming Woo e Ilze Filks)