Por Julia Payne
LONDRES (Reuters) - O presidente da maior comerciante de petróleo do mundo, a Vitol, disse à Reuters que espera preços mais fracos da commodity no curto prazo, mas não vê níveis de preço sustentados abaixo dos 50 dólares por barril.
Os preços globais do petróleo recuaram acentuadamente no mês passado, por sinais de uma desaceleração na economia global e com a guerra comercial entre Estados Unidos e China.
"Eu espero um preço mais fraco no 4° trimestre, mas é improvável que se mantenha abaixo de 50 dólares por barril porque isso significa 45 dólares para o 'shale', o que resultaria em cortes de investimentos", disse o CEO, Russel Hardy.
Em boa parte de agosto, os futuros do Brent foram negociados abaixo dos 60 dólares por barril. O contrato desde então se recuperou e é negociado a cerca de 60 dólares, enquanto o petróleo nos EUA está a 56 dólares por barril.
O petróleo caiu de máximas de 75 dólares registradas em abril apesar de um corte de produção liderado pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep). Em julho, a Opep, a Rússia e outros produtores renovaram um pacto para cortar produção em 1,2 milhão de bpd até março de 2020, para tentar evitar um aumento de estoques que poderia impactar os preços.
Mais à frente, Hardy disse que espera um preço do petróleo ao redor de 60 dólares por barril em 2020, com 2 milhões de barris por dia em oferta chegando ao mercado.
"Eu vejo alguns contratempos-- muita oferta entrará em produção no Brasil e no Canadá no próximo ano, novos oleodutos nos EUA vão aumentar exportações e (o campo) Johan Sverdrup, da Equinor, está começando (a produzir), contra um cenário de demanda que sofreu um pouco devido às preocupações econômicas", afirmou.
Dois importantes oleodutos dos EUA começaram a operar no mês passado, aliviando um gargalo de capacidade, uma vez que podem transportar cerca de 1 milhão de bpd para a Costa do Golfo dos EUA. Já o campo de Johan Sverdrup, no Mar do Norte, deve atingir seu pico de produção de 440.000 bpd no verão de 2020.