SÃO PAULO (Reuters) - A desaceleração no ritmo de negociações no exterior e o adiamento da conclusão da votação da reforma da Previdência na Câmara para agosto têm reduzido o vaivém dos preços do dólar e dos juros no Brasil.
A volatilidade implícita extraída das opções de dólar/real para três meses operava em torno de 10,8% ao ano, perto de mínimas desde abril de 2018. Apenas uma semana atrás, essa medida estava próxima de 13%, pouco antes de a Câmara aprovar o texto principal da reforma previdenciária em votação em primeiro turno.
A volatilidade implícita é uma medida do grau de incerteza do mercado para o preço de um ativo dentro de um determinado intervalo de tempo. Quanto maior a volatilidade, maior a instabilidade associada a esse ativo.
Nos juros, a volatilidade também tem sido menor. A volatilidade histórica de dez pregões no DI janeiro/2020 --o mais negociado dentre os 37 vencimentos da curva-- cedia a 7,68% nesta quarta. É o menor patamar desde 4 de junho. No fim do mês passado, estava em 14,01%.
O menor vaivém nos preços não é exclusividade do Brasil. O índice, que mede o valor do dólar frente a uma cesta de moedas, tinha volatilidade histórica de dez pregões em torno de 4,7%, perto de mínimas desde o fim de maio.
"A volatilidade cambial (no exterior) continua em níveis historicamente deprimidos e não tem reagido a potenciais cortes de juros", disseram estrategistas do Bank of America Merrill Lynch em nota a clientes.
O mercado deve seguir carente de "drivers" até pelo menos a próxima semana, quando o Banco Central Europeu (BCE) anunciará sua decisão de política monetária. Na semana seguinte, os BCs de Brasil e Estados Unidos reportam suas decisões sobre taxas de juros, o que por sua vez pode mexer também com os preços no câmbio.
"Até o final do mês, temos apenas a divulgação do IPCA-15 como dado mais relevante", disse a corretora Renascença em comentário.
(Por José de Castro)