SÃO PAULO (Reuters) - Trabalhadores da fábrica da Volkswagen em São Bernardo do Campo, na região metropolitana de São Paulo, aprovaram nesta sexta-feira fim de uma greve que já durava 10 dias depois que a montadora aceitou readmitir 800 funcionários da unidade demitidos no início do ano.
Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, a companhia apresentou uma nova oferta na negociação trabalhista iniciada no final do ano passado. Com isso, a produção na fábrica será retomada a partir da próxima segunda-feira, informou a entidade.
A nova oferta aprovada, além da readmissão dos demitidos, prevê que a montadora alemã fará investimentos adicionais na fábrica de São Bernardo do Campo para adaptá-la para uma nova plataforma global de veículos da marca e produção de um novo modelo, informou o sindicato. Não foram divulgados valores de investimentos previstos ou qual modelo novo será produzido.
O acordo também cria estabilidade de emprego para os funcionários da fábrica até 2019 e aumento real nos salários dos trabalhadores a partir de 2017 até 2019. Em 2016, ocorrerá reposição da inflação e neste ano o reajuste se dará na forma de participação nos lucros, disse o sindicato.
Anteriormente, a Volkswagen afirmava que as demissões dos trabalhadores tinham como objetivo criar condições para "um futuro sólido e sustentável para a Unidade Anchieta (fábrica de São Bernardo do Campo), tendo como base o cenário de mercado e os desafios de competitividade".
A empresa também afirmou quando do anúncio das 800 demissões, no início do mês, que os cortes eram uma primeira etapa de adequação de efetivo em meio a uma urgente necessidade de otimização de custos.
A Volkswagen terminou 2014 com vendas de 576,6 mil automóveis e comerciais leves, queda de 13,5 por cento sobre 2013, recuo maior que a queda de cerca de 7 por cento sofrida pelo segmento como um todo no ano passado.
(Por Alberto Alerigi Jr.)