Por Joey Roulette e Steve Gorman
CABO CANAVERAL, FLÓRIDA (Reuters) - A contagem regressiva de lançamento da nova cápsula espacial Starliner da Boeing (NYSE:BA) em seu voo de teste tripulado inaugural foi interrompida neste sábado pela segunda vez em semanas devido a um problema técnico não especificado, adiando a missão por pelo menos mais 24 horas.
A primeira viagem do CST-200 Starliner transportando dois astronautas para a Estação Espacial Internacional (ISS) era muito aguardada e sofreu adiamentos em um momento em que a Boeing luta para ganhar uma fatia maior do lucrativo negócio da NASA, agora dominado pela SpaceX, de Elon Musk.
A cápsula Starliner, que tem forma de gota, estava pronta para decolar do Centro Espacial Kennedy da NASA, na Flórida, do topo de um foguete Atlas V fornecido pela United Launch Alliance, uma joint venture Boeing-Lockheed Martin. Mas menos de quatro minutos antes da decolagem, um computador do sistema terrestre acionou um comando automático de interrupção que pausou a contagem regressiva, segundo oficiais da missão.
Não ficou claro o motivo de o comando ter sido ativado ou quanto tempo levará para resolver o problema. Mas a próxima janela de lançamento disponível para a missão é domingo, por volta do meio-dia, horário local, seguida por mais duas chances - na quarta-feira e na quinta-feira.
A primeira tentativa da Boeing de enviar um Starliner sem tripulação para a estação espacial em 2019 fracassou devido a falhas de software e engenharia. Uma segunda tentativa em 2022 foi bem-sucedida, abrindo caminho para esforços para lançar a primeira missão de teste tripulada.
No dia 6 de maio, a contagem regressiva foi interrompida apenas duas horas antes do lançamento devido a uma válvula de pressão defeituosa no estágio superior do Atlas, seguida por semanas de atrasos adicionais causados por outros problemas de engenharia, já resolvidos, no próprio Starliner.
Os dois membros da tripulação - os astronautas da NASA Barry “Butch” Wilmore, 61, e Sunita “Suni” Williams, 58 - ficaram amarrados em seus assentos a bordo da espaçonave por algumas horas antes que as atividades de lançamento fossem suspensas. Os técnicos os ajudaram a sair da cápsula com segurança cerca de uma hora após o voo ter sido interrompido.
Na indústria espacial, não é raro que as contagens regressivas sejam interrompidas na 11ª hora e que os lançamentos sejam adiados por dias ou semanas, mesmo quando defeitos aparentemente menores ou leituras incomuns de sensores são detectadas, especialmente em novas espaçonaves que voam com humanos pela primeira vez.
(Reportagem de Joey Roulette em Cabo Canaveral, Flórida, e Steve Gorman em Los Angeles)