Por José Roberto Gomes
SÃO PAULO (Reuters) - A Wilmar International, dona da joint venture RAW em parceria com a Raízen, foi a que mais encolheu em participação nas exportações brasileiras de açúcar bruto em 2018, perdendo o posto de maior embarcadora da commodity para a concorrente Alvean, da Copersucar e Cargill.
Outras companhias, como Sucden e Louis Dreyfus, ganharam força no comércio do produto do Brasil, segundo dados da agência marítima Williams sobre os embarques das maiores tradings no ano passado, quando as exportações do país despencaram na esteira de um maior direcionamento de cana para a produção de etanol.
A Wilmar respondeu por 17,9 por cento da fatia exportada pelo Brasil, ou 3,3 milhões de toneladas, em uma sensível queda ante os 21,1 por cento de 2017, quando liderou as vendas de açúcar do Brasil após a formação de parceria com a Raízen, da Cosan (SA:CSAN3) e Shell.
O volume da Wilmar foi ainda 36,9 por cento inferior na comparação anual, caindo mais do que os embarques do Brasil, maior exportador mundial da commodity, que registrou perda de 25,5 por cento nas exportações em 2018, para 18,5 milhões de toneladas.
Já a Alvean exportou 3,45 milhões de toneladas (-22 por cento na comparação anual), o equivalente a 18,6 por cento do total enviado pelo país, segundo os dados da Williams. Em 2017, tal fatia havia sido de 17,8 por cento.
Ao lado da Wilmar, apenas a Copa Shipping, quinta maior exportadora, registrou perda de participação dentre as empresas que enviaram mais de 1 milhão de toneladas de açúcar. A companhia viu sua fatia passar para 7,4 por cento, de 7,9 por cento, com quase 1,4 milhão de toneladas --volume 30,3 por cento menor.
Ainda entre as grandes, a Nolis, do conglomerado argelino Grupo Cevital e sexta maior exportadora, embarcou 1,15 milhão de tonelada de açúcar brasileiro em 2018 (-14,6 por cento), ou 6,2 por cento do total nacional, um avanço 0,8 ponto percentual.
EM ALTA
Sucden e Louis Dreyfus também impulsionaram suas fatias nas exportações brasileiras de açúcar, mas, ao contrário das outras grandes tradings, conseguiram elevar o volume embarcado.
Terceira maior exportadora, a Sucden enviou no ano passado 2,9 milhões de toneladas de açúcar do Brasil, alta de 21,3 por cento. Sua participação nas vendas nacionais passou a 15,6 por cento, de 9,6 por cento em 2017.
Já a Louis Dreyfus exportou 6,9 por cento mais, com 1,5 milhão de toneladas, superando a Copa Shipping para assumir o posto de quarta maior exportadora. Com o desempenho, respondeu por 7,9 por cento do que o Brasil exportou em 2018, contra 5,5 por cento em 2017.
Procuradas para comentar o assunto, Alvean, Wilmar, Sucden, Louis Dreyfus, Copa Shipping e Nolis não responderam de imediato.