Havana, 31 jan (EFE).- Com o passaporte em mãos e uma sensação de vitória "agridoce", a blogueira crítica cubana Yoani Sánchez espera, a partir de fevereiro, viajar para vários países da América e da Europa e confia que a reforma migratória da ilha acelere o "desenvolvimento cívico" em seu país.
"Sinto que ganhei uma vitória após uma ampla batalha", disse nesta quinta-feira Yoani Sanchéz em declarações à Agência Efe em sua residência em Havana, após obter na quarta-feira o passaporte que solicitou ao entrar em vigor a reforma que facilita viagens para os cubanos.
Após anos de negativa do Governo para sair do país, a autora do blog "Geração Y" planeja agora sua viagem. "O mais difícil vai ser redigir o itinerário porque tenho muitos convites pendentes", afirmou.
Yoani, que foi reconhecida com vários prêmios internacionais que não pôde receber, viajará para o Brasil, Peru, Colômbia e México - onde foi convidada para participar da reunião da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) - sem descartar Argentina e Chile.
Além disso, cruzará o Oceano Atlântico para visitar a Espanha, onde em 2008 recebeu o Prêmio de Jornalismo Ortega y Gasset, a Itália, a República Tcheca, Polônia, Suíça (país onde viveu entre 2002 e 2004) e Alemanha.
Seus planos também incluem os Estados Unidos, concretamente Nova York para participar de conferências em distintas universidades, e Flórida, onde reside sua irmã que não vê há um ano e meio.
"Esses lugares me esperaram por muito tempo. Isso representa que para Yoani Sánchez, as fronteiras nacionais se abriram e vou poder sair da ilha todas as vezes que quiser", disse.
A blogueira quer voar já em fevereiro, embora a data dependerá da tramitação dos diferentes vistos para completar com seus planos de viagem.
Yoani, de 37 anos, admite uma sensação "agridoce" após ter recebido o passaporte, porque é um feito que não "deveria ser notícia".
"Teria que ter obtido pelo fato de ser cubana. Deveria ser uma direito inalienável", disse Sánchez, que acredita que o grande limite da reforma migratória é que entrar ou sair de Cuba seja ainda considerado uma "dávida" no lugar de um direito comum. EFE
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