VANCOUVER, Canadá (Reuters) - A família de duas crianças sírias que se afogaram quando tentavam chegar à Grécia ainda não tinha solicitado permissão de entrada ao Canadá, informou uma parente nesta quinta-feira, apesar de relatos anteriores afirmando que um pedido de refúgio havia sido rejeitado.
Uma fotografia do corpo de Aylan Kurdi, de 3 anos, com camiseta vermelha e short escuro, de bruços na areia de uma praia em Bodrum, no mar Egeu, tomou conta das redes sociais e da mídia na quarta-feira, despertando solidariedade e revolta com a aparente inação dos países desenvolvidos no socorro aos refugiados.
Seu irmão Galip, de 5 anos, e a mãe, Rehan, de 35 anos, estavam entre as 12 pessoas, incluindo outras crianças, que morreram quando dois barcos naufragaram tentando chegar à ilha grega de Kos.
"Eles não mereciam morrer, não mereciam. Estavam indo para uma vida melhor. Isso não devia ter acontecido. Não devia ter acontecido com eles", disse a tia dos meninos, Tima Kurdi, a repórteres em Vancouver, no Canadá, em lágrimas.
"Para ser sincera, não quero só culpar o governo canadense. Estou culpando o mundo inteiro por isto", declarou.
O pai das crianças, Abdullah, sobreviveu e caiu em prantos após sair do necrotério da cidade de Mugla, próxima de Bodrum, onde identificou os corpos na quarta-feira.
Tima, irmã de Abdullah e moradora de Vancouver, afirmou ter tentado levar outro irmão ao Canadá, mas que a solicitação foi negada. Ela esperava conseguir levar Aylan e sua família na próxima tentativa.
(Reportagem de Julie Gordon, em Vancouver; e de Andrea Hopkins, em Toronto)