Investing.com - Os preços de ouro operaram em alta na sexta-feira, fechando um pouco abaixo de um pico de 27 meses, em meio a menores expectativas para um aumento das taxas do Banco Central dos EUA (Fed) nos próximos dois meses e uma vez que os investidores continuaram digerindo as consequências políticas e econômicas da decisão do Reino Unido de sair da União Europeia.
Na divisão Comex da Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex), o ouro com vencimento em agosto subiu US$ 18,40, ou 1,39%, e foi negociado a US$ 1.339,00 por onça-troy no fechamento das negociações de sexta-feira.
O metal aumentou para US$ 1.362,60 de altas de mais de dois anos em 24 de junho, após a votação inesperada do Reino Unido de sair da União Europeia ter levado os investidores a procurar ativos seguros.
Na semana, a futuros do ouro ganharam US$ 16,70, ou 1,27%, o segundo ganho semanal consecutivo. O metal precioso operou em alta de quase 9% em junho, o maior aumento mensal desde fevereiro; Os preços subiram quase 25% até agora neste ano, completando um dos primeiros semestres mais fortes registrados.
Também na Comex, os futuros de prata com vencimento em setembro dispararam 96,5 centavos, ou 5,18%, na sexta-feira para ficar em US$ 19,58 por onça-troy, após um aumento para US$ 19.98 no início do dia, o nível mais alto desde agosto de 2014. Durante a semana, os futuros de prata subiram US$ 1,75, ou 9,87%, o seu melhor resultado desde agosto de 2013.
Os participantes do mercado praticamente descartaram um aumento de taxa este ano por parte do Banco Central dos EUA (Fed) após o Reino Unido ter inesperadamente votado por sair da UE. Na verdade, há agora no mercado de futuros a possibilidade de que o Fed possa, de fato, cortar as taxas de juros antes do fim do ano.
De acordo com a ferramenta Fed Watch do CME, atualmente existe uma probabilidade de 0% de um aumento das taxas do Fed em julho e uma probabilidade de 3% de um corte das taxas.
O índice do dólar, que avalia a força do dólar norte-americano em comparação com a cesta das seis principais moedas mundiais, caiu para 95,48 em um momento durante a sessão de sexta-feira, o nível mais baixo desde 24 de junho.
Geralmente, a fraqueza do dólar beneficia o ouro e a prata, uma vez que ela aumenta o apelo dos metais como ativos alternativos e deixa as commodities em dólar mais baratas para os detentores de outras moedas.
Enquanto isso, as consequências políticas da votação do Brexit continuaram após o ex-prefeito de Londres, Boris Johnson, retirou abruptamente a sua candidatura na quinta-feira para tornar-se o próximo primeiro-ministro do Reino Unido.
O Secretário da Justiça do Reino Unido, Michael Gove, um dos maiores defensores de tirar a Grã-Bretanha da UE, disse na quinta-feira que ele enviaria a sua candidatura para tornar-se primeiro-ministro. A Ministra do Interior, Theresa May, que defendeu a permanência na UE, também anunciou a sua candidatura para liderar o partido.
O presidente do Banco da Inglaterra, Mark Carney, indicou na quinta-feira que mais estímulos podem ser necessários durante o verão, provocando expectativas para um possível corte das taxas.
Enquanto isso, nas negociações de metais, o cobre com vencimento em setembro subiu 2,1 centavos, ou 0,98%, para US$ 2,217 por libra na sexta-feira, o nível mais alto desde 3 de maio. Na semana, os preços do cobre negociados em Nova York aumentaram 9,1 centavos, ou 4,88%, o terceiro ganho semanal consecutivo.
Dados do Institute for Supply Management (ISM) na sexta-feira mostraram que seu índice de atividade industrial nacional subiu para uma alta de 16 meses de 53,2 em junho, superando as expectativas de 51,4.
Enquanto isso, na China, o índice Caixin dos gerentes de compra do setor industrial caiu para 48,6 em junho, abaixo das expectativas de 49,1, ao passo que o PMI industrial oficial ficou em 50,0 no mês passado, em consonância com as expectativas.
Os dados decepcionantes somaram-se às expectativas que Pequim terá que implantar mais estímulo logo mais para impulsionar a economia lenta.
A nação asiática é a maior consumidora de cobre do mundo, respondendo por quase 45% do consumo mundial.
Nesta semana, os participantes do mercado afastarão a sua atenção ligeiramente das notícias relacionadas com o Brexit, concentrando-se mais nos fundamentos econômicos e na política monetária dos EUA, com foco no relatório sobre folhas de pagamento não agrícolas e na ata da reunião FOMC de junho. Também haverá os dados sobre os serviços ISM na quarta-feira.
Em virtude do feriado do Dia da Independência, os mercados financeiros nos EUA estarão fechados na segunda-feira.
Em outros lugares, no Reino Unido, os participantes do mercado aguardarão a divulgação do relatório da estabilidade financeira do Banco da Inglaterra para mais clareza sobre a saúde do setor bancário após a decisão inesperada do Reino Unido de sair da União Europeia.
Antecipando-se à próxima semana, a Investing.com compilou uma lista de eventos significativos que podem afetar os mercados.
Segunda-feira, 4 de julho
O Reino Unido deve divulgar dados sobre a atividade do setor de construção.
Em virtude do feriado do Dia da Independência, os mercados financeiros nos EUA estarão fechados.
Terça-feira, 5 de julho
A China deve publicar seu índice Caixin do setor de serviços.
O Banco Central da Austrália publicará sua decisão de taxa de juros.
O Reino Unido deve publicar dados sobre a atividade do setor de serviços, ao passo que o Banco da Inglaterra divulgará seu relatório sobre a estabilidade financeira. O presidente do BoE, Mark Carney, realizará uma coletiva de imprensa logo após a divulgação do relatório.
Os EUA devem divulgar dados sobre os pedidos às fábricas, ao passo que o presidente do Fed de Nova York, William Dudley, discursará em um evento em Nova York.
Quarta-feira, 6 de julho
Os EUA devem publicar dados sobre o a balança comercial, ao passo que o ISM publicará seu índice sobre não faturados. No final do dia, o Fed deve publicar a ata de sua reunião de junho.
Quinta-feira, 7 de julho
O presidente do Banco do Japão, Haruhiko Kuroda, deve pronunciar-se em um evento em Tóquio.
O Banco Central Europeu (BCE) deve publicar a ata da reunião de junho.
Os EUA devem divulgar o relatório mensal sobre o indicador NFP (nonfarm payrolls) da ADP, bem como dados semanais sobre os pedidos de seguro-desemprego.
Sexta-feira, 8 de julho
Os EUA devem resumir a semana com o relatório atentamente observado sobre o indicador NFP (nonfarm payrolls).