Los Cabos (México), 16 jun (EFE).- O presidente do Banco Mundial (BM), Robert Zoellick, advertiu neste sábado no México, dois dias antes do começo da cúpula do Grupo dos Vinte (G20, que reúne as economias ricas e as principais emergentes), que as tensões políticas "vem aumentado" como consequência da crise da dívida e das finanças europeias, ainda sem resolver de maneira definitiva.
"É muito importante, não só para os europeus, mas para o conjunto da economia global, que sejamos capazes de encontrar uma direção para isto no seio do G20", declarou o principal responsável do BM.
Em uma sessão de trabalho intitulada "Repensando o Grupo dos Vinte" moderada pelo presidente do México, Felipe Calderón, e prévia ao início da cúpula, previsto para segunda-feira, Zoellick disse que não crê "que todos os detalhes possam ser resolvidos em Los Cabos", mas sim espera que haja avanços.
"Acho que com quatro anos neste declive econômico, podem ser sentidas tensões políticas aumentando", acrescentou.
O alto representante do BM acredita que um dos grandes desafios para os líderes na cúpula dos dias 18 e 19, será o de perceber que "a economia é uma, que é global, e ver como movimentar suas economias nacionais de modo que criem um bem comum maior internacionalmente".
Além disso, Zoellick considerou importante que questões relevantes como as relacionadas com segurança alimentar, meio ambiente, desenvolvimento ou impulso às infraestruturas em época de crise não sejam deslocadas da agenda dos líderes.
No entanto, o presidente do BM, que passará o cargo em julho para o também americano Jim Yong Kim, assinalou que "no último caso a efetividade do G20 será medida em termos de seus resultados nos eventos de alto perfil".
Um enfoque amplo, de médio e longo prazo com medidas muito concretas para impulsionar o crescimento e o emprego é justamente o que o México promoveu, preocupado nas horas anteriores da cúpula com que os eventos na Europa percam peso em Los Cabos para outros temas.
Com isso, algumas ONGs temem que um excesso de atenção aos problemas da zona do euro impeça avanços importantes em outras áreas relacionadas com a economia global e com a agenda da mudança climática e do desenvolvimento. EFE