MILÃO (Reuters) - Quando Giulia Spada recebe uma multa de trânsito, ela vai até o correio local para pagá-la. Mesmo que isso signifique ficar em uma fila por uma hora.
"Eu descobri recentemente que é possível fazer isso online, mas eu ainda não estou convencida", disse a estudante pós-graduada de 33 anos, de Pávia, uma cidade próxima a Milão. "Não é tão direto e é simplesmente mais fácil ir até o correio."
A experiência de Spada sintetiza a dificuldade da Itália com a internet.
Levar uma internet super-rápida a todos os lares italianos até 2020 se tornou um dos pilares do esforço do primeiro-ministro Matteo Renzi para estimular uma economia estagnada, criar empregos e abrir empresas para o mercado global.
Mas os cidadãos estão muito menos ávidos que o primeiro-ministro de 41 anos em adotar uma vida mais digital, criando uma dor de cabeça para empresas de banda larga e provedores de conteúdo: desenvolver uma rede rápida não é garantia de demanda comercial e retornos para seus investimentos de vários bilhões de euros.
A Itália tem a quarta maior economia da União Europeia, mas é o último país, dos 28 membros, em uso da internet, segundo dados da União Europeia. Um terço da população nunca usou a internet e apenas pouco mais da metade dos domicílios assina banda larga de linha fixa.
(Por Agnieszka Flak)