(Reuters) - A Amazon (NASDAQ:AMZN) está impedindo temporariamente os vendedores de seu marketplace de utilizarem a rede de entregas terrestres da FedEx para envios de produtos a assinantes Prime nos Estados Unidos, em meio a dificuldades para acompanhar o ritmo acelerado de entregas de final de ano.
É provável que isso afete apenas um pequeno número de vendedores, mas "limita as opções para essas pequenas empresas no período com maior demanda de entregas da história", disse um representante da FedEx.
Amazon e FedEx não disseram quantas entregas serão afetadas pela restrição. A Amazon se recusou a dizer quanto tempo a mudança duraria. O Wall Street Journal informou anteriormente que a ocorreu por conta do desempenho da FedEx na pontualidade das entregas.
As tensões entre Amazon e FedEx tornaram-se públicas há poucos meses. A FedEx cancelou seus acordos para fazer entregas para a principal varejista online do mundo, apenas alguns meses depois que a Amazon anunciou planos para acelerar de dois para um dia o prazo de entrega de produtos comprados por assinantes do serviço Prime.
As taxas de entregas realizadas dentro do prazo durante a semana recorde de vendas da Cyber Monday foram de 90,4% para a FedEx, 92,3% para o Serviço Postal dos EUA e 92,7% para a UPS, de acordo com a consultoria ShipMatrix.
Os motoristas de vans da Amazon entregaram no prazo 93,7% dos pacotes nos EUA durante o período.
O presidente da ShipMatrix, Satish Jindel, disse que os desempenhos não eram diretamente comparáveis porque as vans da Amazon lidam com entregas "last mile" de curta distância, desde os centros de atendimento até as casas dos clientes. As empresas de entregas, como FedEx e UPS, transportam os pacotes por grandes distâncias - às vezes indo de uma costa à outra dos EUA - e estão mais expostos ao clima e a outros fatores.
"Não é sobre o serviço, é sobre estar irritada com o relacionamento", disse Jindel sobre a decisão da Amazon.
E isso pode ter consequências não intencionais para a Amazon, que está sob uma crescente análise de órgãos reguladores, grupos trabalhistas e defensores dos direitos do consumidor.
"Isso criará mais má vontade em relação à Amazon e levará mais vendedores terceiros a reavaliarem como estão gerenciando suas marcas e se desejam ser controlados pela Amazon", disse Evan Armstrong, presidente da empresa de consultoria de cadeia de fornecimento Armstrong & Associates.
(Por Neha Malara e Lisa Baertlein)