SÃO PAULO (Reuters) - As limitações de infraestrutura do Brasil não devem ser problema para a BlaBlaCar, acreditam executivos da empresa francesa de caronas, que apostam no desenvolvimento de tecnologias como a cobertura 4G como fator de impulso para a plataforma.
“Se você está pensando em infraestrutura, você está pensando no longo prazo. De fato, a penetração (de redes 3G e 4G) em áreas como Nordeste e Centro-Oeste é menor se comparada a São Paulo, mas está crescendo. No longo prazo, acho que nosso crescimento seguirá o crescimento da infraestrutura”, disse Ricardo Leite, diretor da BlaBlaCar no Brasil.
Fundada em 2006 e presente em 22 países, a BlaBlaCar conecta motoristas e passageiros que podem dividir os custos de uma viagem de carro entre uma cidade e outra. Atualmente, 80 por cento do uso do aplicativo no Brasil é feito através de dispositivos móveis, disse Leite, acrescentando que o trajeto entre São Paulo e Campinas (SP) é o primeiro em número de caronas feitas pelo aplicativo, à frente do trecho São Paulo-Rio de Janeiro.
Em alguns países, como França e Espanha, a BlaBlaCar cobra taxa em torno de 10 por cento do valor total da corrida, no entanto, não há planos para quaisquer tipos de cobrança no Brasil em um futuro próximo, disse Nicolas Brusson, co-fundador e presidente-executivo da empresa.
"Estamos começando no Brasil ainda, criando uma comunidade, uma imagem. Não pretendemos fazer nada disso (cobrança) em 2017", disse Brusson.
A empresa recebeu injeção de 200 milhões de dólares em 2015, em uma rodada de financiamento que contou com investidores como Insight Venture Partners, Lead Edge Capital e Vostok New Ventures. Neste mesmo ano, a BlaBlaCar iniciou operações no Brasil.
A companhia não revela dados financeiros locais ou globais, mas estima crescimento de até quatro vezes no número de caronas no Brasil em 2017.
(Por Natália Scalzaretto)