Por Michel Rose
BIARRITZ, França (Reuters) - Negociadores franceses e norte-americanos chegaram a um acordo de compromisso sobre o imposto digital da França, uma taxa que levou o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a ameaçar retaliação com um imposto sobre as importações francesas de vinho, disse uma fonte próxima às negociações.
O acordo firmado entre o ministro das Finanças da França, Bruno Le Maire, o secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, e o assessor econômico da Casa Branca, Larry Kudlow, prevê que a França pagaria às empresas a diferença entre o imposto francês e um mecanismo que está sendo desenvolvido pela OCDE.
O projeto de acordo será apresentado a Trump e ao presidente francês, Emmanuel Macron, ainda nesta segunda-feira, em uma cúpula dos líderes do G7 em Biarritz.
A taxa de 3% da França se aplica às receitas de serviços digitais obtidas por empresas com mais de 25 milhões de euros em receita na França e 750 milhões de euros em todo o mundo.
Autoridades norte-americanas reclamam que a taxa atinge injustamente empresas norte-americanas como Facebook, Google (NASDAQ:GOOGL) e Amazon (NASDAQ:AMZN). Atualmente, elas são capazes de registrar lucros em países com baixos impostos, como Irlanda e Luxemburgo, não importando a origem da receita.
Le Maire e seus colegas norte-americanos trabalharam para encontrar um acordo o fim de semana inteiro, primeiro na casa da família do ministro das Finanças da França no interior do País Basco e depois em um jantar de domingo em um restaurante de Biarritz, disse a fonte.
A briga ameaça abrir uma nova frente no conflito comercial entre Washington e a União Europeia, à medida que as relações econômicas entre os dois parecem azedar.
Trump criticou a "insensatez" de Macron por adotar o imposto francês e ameaçou taxar os vinhos franceses em retaliação.