SÃO PAULO (Reuters) - O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) abriu processo nesta quinta-feira para apurar suspeita de cartel em licitações para comprar equipamentos e materiais de informática. A investigação envolve a fabricante de computadores Positivo Informática e mais nove empresas, além de 18 pessoas.
"A Superintendência (do Cade) apurou indícios de que a política nacional de vendas da Positivo Informática poderia gerar efeitos anticompetitivos especialmente em licitações para aquisição de equipamentos e materiais de informática", afirmou o Cade em comunicado à imprensa. O órgão de defesa da concorrência citou entre os equipamentos computadores de mesa, notebooks, tablets, lousas interativas e projetores.
Para o Cade, a ação do grupo incluiria a divisão geográfica de mercado associada a um mapeamento e reserva de oportunidades. Com o esquema, "a Positivo concederia uma autorização para determinado revendedor participar de uma licitação e impediria que aqueles não autorizados estivessem em concorrências reservadas para outros revendedores", afirmou o Cade.
"Como a Positivo participava diretamente de licitações – concorrendo, portanto, com seus revendedores–, há indícios de que tal política criaria dificuldades a concorrentes ou conluios entre eles".
A Positivo afirma ser líder na venda de computadores pessoais para governos no Brasil. No primeiro trimestre, a empresa teve queda de 53 por cento nas entregas para este mercado, para 147,5 mil computadores e tablets, de um total despachado no período de 435 mil.
As ações da companhia exibiam queda de 2 por cento nesta quinta-feira, cotadas a 1,97 real.
Procurada, a Positivo não comentou o assunto de imediato.
A superintendência do Cade também encontrou indícios "robustos" de cartel em licitações destinadas à aquisição de equipamentos e materiais de informática nos Estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
(Por Alberto Alerigi Jr.)