LONDRES (Reuters) - O chefe da aliança militar Otan disse nesta quarta-feira que o Ocidente não deve ignorar a ascensão da China e, assim, era importante que e o Reino Unido fizesse uma revisão do papel da Huawei em sua rede 5G para garantir sua segurança.
O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, disse que a China está se aproximando do Ocidente de várias maneiras - no Ártico, no ciberespaço e na infraestrutura essencial, incluindo no setor de telecomunicações.
"Acredito que o governo do Reino Unido projetará suas redes de maneira a protegê-las e garantir que tenha redes 5G seguras", disse Stoltenberg à rádio BBC.
"Portanto, também acho importante que agora haja uma nova revisão que analise exatamente como garantir que isso aconteça", disse ele.
Quando questionada sobre os comentários de Stoltenberg, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Hua Chunying, disse que a China não representa uma ameaça para nenhum país.
"Esperamos que a Otan possa continuar a ter uma opinião correta sobre nós e enxergar nosso desenvolvimento de maneira racional", disse ela.
Como parte de uma reavaliação mais ampla das relações com a China, o Centro Nacional de Segurança Cibernética do Reino Unido está analisando o impacto das recentes sanções norte-americanas sobre a decisão do Reino Unido no início deste ano de permitir à Huawei um papel na construção de sua rede 5G.
Em janeiro, o primeiro-ministro Boris Johnson concedeu à Huawei um papel limitado na rede móvel 5G do país, frustrando uma tentativa global dos Estados Unidos de excluir a gigante chinesa das comunicações de próxima geração do Ocidente.
Desafiando o aliado mais próximo do Reino Unido na véspera do Brexit, Johnson decidiu que "fornecedores de alto risco" como a Huawei seriam permitidos nas partes não sensíveis da rede 5G.
(Por Guy Faulconbridge e Kate Holton)