PEQUIM (Reuters) - As autoridades chinesas prenderam uma pessoa pela primeira vez por disseminar pânico pelo aplicativo de mensagens WeChat, disse a mídia estatal nesta sexta-feira, horas após a China impor novas regras sobre ferramentas de mensagens instantâneas.
A medida faz parte da campanha mais ampla do governo para reprimir a disseminação de rumores e materiais obscenos na Internet e também para conter comentários políticos da mídia que não foram aprovados pelo Estado.
O homem foi detido na quinta-feira após escrever no WeChat que três pessoas carregando explosivos haviam sido mortas a tiros pela polícia do lado de fora de um hospital na província de Jiangsu, disse um jornal subsidiário da agência oficial de notícias Xinhua.
A política investigou a informação e descobriu que não era verdadeira, disse a agência estatal, acrescento que o homem confessou que espalhou a informação para tentar ganhar atenção e dar um impulso ao seu negócio de comércio eletrônico.
Não ficaram claras quais sanções ele pode sofrer.
O WeChat é um aplicativo de mensagens móveis imensamente popular da Tencent Holdings, que já teve dezenas de contas de colunistas muito lidas fechadas nos últimos meses como parte da repressão do governo à Internet.
Na quinta-feira, a China impôs novas regulações sobre provedores de serviços de mensagens instantâneas e contas que podem enviar mensagens em massa ao seus seguidores, normalmente usados por companhias e pela mídia. As novas regras exigem que contas públicas que desejam publicar ou republicar notícias políticas busquem aprovação prévia.
WeChat era visto pelos usuários como um refúgio relativamente seguro contra a censura do governo comparado com outras plataformas mais públicas, como microblogs similares ao Twitter, incluindo Weibo.
Ao contrário do Weibo, WeChat é usado principalmente para enviar mensagens a outros indivíduos ou pequenos grupos, em vez de grandes audiências.
Mas a ascensão do WeChat, que tinha cerca de 400 milhões de usuários ativos mensais no fim de março, atraiu a atenção do governo, e com isso uma maior regulamentação.
(Por Paul Carsten, Fiona Li e Redação em Pequim)