PEQUIM (Reuters) - A China pediu nesta segunda-feira para que os países parem com as "mentiras" sobre a Huawei, depois que uma autoridade da Polônia disse que o país pode limitar o uso de produtos da empresa por entidades públicas após a prisão de um funcionário da Huawei por alegações de espionagem.
A Huawei, maior produtora de equipamentos de telecomunicações do mundo, enfrenta uma intensa escrutínio no Ocidente em relação ao seu relacionamento com o governo da China e acusações lideradas pelos Estados Unidos de que os aparelhos da empresa podem ser usados por Pequim para espionagem.
Nenhuma evidência foi divulgada publicamente e a Huawei negou repetidamente as acusações, mas vários países ocidentais restringiram o acesso da companhia a seus mercados.
A Polônia prendeu na sexta-feira um funcionário chinês da Huawei e uma ex-autoridade de segurança polonesa sob acusação de espionagem, disseram autoridades e fontes à Reuters.
A autoridade do governo polonês responsável pela segurança cibernética, Karol Okonski, disse à Reuters no domingo que não garantia mudanças políticas "repentinas" em relação à Huawei após as prisões, mas que o uso de produtos da empresa por entidades estatais poderia ser revisto.
A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Hua Chunying, disse que a China espera que a Polônia trabalhe para criar confiança mútua e manter as relações.
Hua disse que "algumas pessoas" tentam usar acusações infundadas sobre ameaças para "reduzir e restringir o desenvolvimento de empresas de tecnologia chinesas no exterior".
"Pedimos às partes relevantes que parem com as invenções infundadas e restrições irracionais contra a Huawei e outras empresas chinesas e criem um ambiente justo para investimento mútuo e cooperação normal das empresas de ambos os lados", disse Hua.
"Usar motivos de segurança para exagerar, obstruir ou restringir a cooperação normal entre as empresas, vai só prejudicar os próprios interessses no final", acrescentou ela.
Buscando se distanciar do incidente, a Huawei disse no sábado que demitiu o funcionário preso na Polônia, Wang Weijing, acrescentando que as "ações alegadas não têm relação com a empresa"