Por Edward Taylor
FRANKFURT (Reuters) - A montadora alemã Daimler está criando uma joint venture na China com o Geely Group para transporte urbano compartilhado, em um sinal de que a empresa chinesa está progredindo em sua busca por relações mais próximas com a fabricante de automóveis Mercedes-Benz.
O acordo cria um novo concorrente para Didi Chuxing, que atualmente domina o mercado chinês de transporte público compartilhado por aplicativo e que vem apresentando um crescimento explosivo nos últimos anos, passando de 30 milhões de usuários em 2014 para 217 milhões em 2017, segundo a firma de consultoria Bain&Co.
O mercado chinês atualmente está avaliado em 23 bilhões de dólares, mais do que todos os outros mercados combinados, e a Didi responde por 90 por cento de todas as viagens, segundo a consultoria.
O presidente do conselho da Geely, Li Shufu, comprou uma participação de 9,69 por cento na Daimler no início deste ano, pedindo à Mercedes-Benz que estabelecesse uma aliança para melhor combater a ameaça das startups de mobilidade.
A decisão de Li reacendeu temores alemães de que o conhecimento de alta tecnologia caísse nas mãos chinesas e a Daimler inicialmente recusou a perspectiva de uma aliança, em parte por temores de que isso poderia alienar a parceria existente da Mercedes com a chinesa BAIC.
"A joint venture fornecerá serviços de mobilidade em diversas cidades chinesas usando veículos de luxo, incluindo, mas não limitado a modelos Mercedes-Benz", disse a Daimler em comunicado nesta quarta-feira.
O presidente da Geely Holding, An Conghui, disse que "o desenvolvimento de tais serviços, nos quais ambas as empresas já têm presença, faz parte de nossa transformação de um fabricante de veículos em um grupo global de tecnologia automotiva".
Termos financeiros do negócio e planos de investimento não foram divulgados.
Os serviços de transporte compartilhado representam mais de 30 por cento do mercado global de táxis e o Goldman Sachs acredita que poderá crescer oito vezes, para 285 bilhões de dpolares até 2030, com um potencial significativo na China, o maior mercado automotivo do mundo.
Parte do crescimento dos serviços de mobilidade na China se deve à popularidade dos sistemas de pagamento móvel, que tornaram as transações mais fáceis, disse a Bain.
A Didi, fundada em 2012, cimentou seu domínio na China quando comprou as operações do Uber no país em 2016. Está se preparando para lançar serviços de compartilhamento de carros e outros serviços de transporte sob demanda.
(Por Edward Taylor)