(Reuters) - O Facebook (NASDAQ:FB) deu a certas empresas, incluindo Netflix (NASDAQ:NFLX) e Airbnb, acesso preferencial a dados de usuários enquanto limitou o serviço para outras, segundo documentos internos da empresa divulgados por um parlamentar britânico.
As 223 páginas de comunicação no período de 2012 a 2015 entre funcionários de alto nível do Facebook, incluindo o fundador e presidente Mark Zuckerberg, mostram como o Facebook debateu gerar receita por meio da venda de acesso a dados, monitorou e combateu rivais e se preparou para possível reação ao tentar capturar mais dados de usuários.
Damian Collins, membro conservador do parlamento, tornou os documentos públicos nesta quarta-feira após exigi-los no mês passado. Eles foram obtidos como parte de uma ação na justiça estadual da Califórnia, que alegava que o Facebook violou promessas a desenvolvedores.
O Facebook, que descreveu o caso como infundado, disse que as conversas divulgadas são enganosas sem contexto adicional, mas não deu mais detalhes.
"Mantemos as mudanças à plataforma que fizemos em 2015 para impedir uma pessoa de compartilhar dados de seus amigos com desenvolvedores", afirmou um porta-voz.
Embora arquivado, o material precisava ser conhecido porque "levanta questões importantes sobre como o Facebook trata os dados dos usuários, suas políticas para trabalhar com desenvolvedores de aplicativos e como eles exercem sua posição dominante no mercado de mídias sociais", disse Collins.
Collins tem defendido uma investigação britânica sobre fake news em redes sociais, uma das questões que colocou o Facebook na mira de governos de diversos países. Vazamentos de dados, alegações de viés político na recomendação de conteúdos e táticas de lobby também foram questionadas por parlamentares.
O aplicativo de namoro Badoo e a Lyft estavam na lista branca das empresas com acesso a dados de amigos, mostraram os documents divulgados.
(Munsif Vengattil e Paresh Dave)