Por Anthony Boadle
BRASÍLIA (Reuters) - O Brasil propôs nesta quarta-feira que o domínio de internet ".amazon" tenha gestão compartilhada pela varejista online Amazon com todos os países que fazem fronteira com a Floresta Amazônica.
A Amazon.com (NASDAQ:AMZN) está há sete anos tentando assegurar o domínio para si, mas tem encontrado resistência de oito países da bacia do Amazonas que se opõem ao uso exclusivo do domínio pela varejista online.
"Como uma solução de compromisso para a questão '.amazon', nós propomos nossa participação na governança deste território digital, com uma visão de salvaguardar e promover a herança natural, cultural e simbólica da região amazônica na internet", disse o secretário-geral de Relações Exteriores, Otávio Brandelli.
"Este seria um mecanismo inovador, criando um precedente positivo de parceria público-privada no desenvolvimento da governança da internet", disse ele em comunicado à Reuters.
Brandelli não detalhou como o mecanismo de co-governança entre oito países e a Amazon.com vai funcionar. Mas ele afirmou que a proposta dá à Amazon.com a chance de mostrar aos países amazônicos e à opinião pública que é uma "corporação totalmente responsável, capaz de conciliar interesses comerciais com valores queridos por seus clientes".
A Internet Corporation for Assigned Names and Numbers (ICANN), o órgão global que administra os endereços da internet, ampliou até este mês um prazo para que países amazônicos alcançassem um acordo com a Amazon.
Os países da região - Brasil, Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Venezuela, Guiana e Suriname - argumentam que o domínio faz referência à região geográfica e por isso pertence a eles e não deveria ser "monopólio de uma companhia".
As nações da região até agora rejeitaram as ofertas da Amazon, que segundo a imprensa incluíram milhões de dólares em leitores digitais Kindle e serviços de hospedagem de dados.