SÃO PAULO (Reuters) - A Amazon.com entrou no debate polêmico sobre a arte do grafite na cidade de São Paulo, atraindo críticas do prefeito João Doria (PSDB), que chamou a empresa norte-americana de "oportunista" e a desafiou a fazer doações de computadores.
A Amazon começou a mais recente controvérsia em torno do grafite por meio de um vídeo publicitário sobre a campanha "Cidade Linda" lançada pelo tucano e que pintou de cinza pinturas de artistas em pontos importantes da cidade.
"Cobriram a cidade de cinza?", diz um letreiro no comercial de 1 minuto do leitor de livros digitais Kindle, da gigante do varejo online. "A gente cobriu o cinza de histórias", diz o comercial que exibe imagens de trechos de obras de literatura projetadas sobre as paredes pintadas de cinza onde antes havia grafites.
"Acabei de assistir ao comercial que a Amazon fez para o seu produto Kindle. Já que a Amazon gosta tanto de São Paulo e gosta tanto do Brasil ajude a nossa cidade", afirmou Doria em vídeo gravado e que desafia a companhia norte-americana a doar livros para bibliotecas e computadores para as escolas públicas da cidade.
"Existem várias formas da Amazon ter uma postura cidadã autêntica e não oportunista", afirmou Doria em sua página no Facebook, onde sua resposta em vídeo foi publicado.
A Amazon respondeu em sua página no Facebook prometendo doar centenas de Kindles "para instituições que promovem cultura e educação" sem dar mais detalhes.
A assessoria de imprensa da Amazon no Brasil não comentou o assunto.
A companhia norte-americana tem sido mais lenta que outras empresas no mercado brasileiro, onde chegou em 2012 com o Kindle. O aparelho enfrenta competição do Kobo, da Livraria Cultura, e do Lev, da Saraiva (SA:SLED4).
A Amazon começou a vender livros físicos no Brasil em 2014 e iniciou operação no país de seu serviço de transmissão de filmes em dezembro passado.
(Por Brad Haynes)