SYDNEY (Reuters) - Um software produzido por uma pequena desenvolvedora da Austrália tem ajudado jornalistas a recolher informações das montanhas de dados encontrados nos documentos do escândalo Panama Papers, um dos maiores vazamentos de informações da história.
A desenvolvedora Nuix Pty, sediada em Sydney, doou seu programa de análise de documentos ao Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ), que usou a ferramenta para vasculhar os documentos vazados do escritório de advocacia panamenho Mossack Fonseca.
O vazamento inclui 2,6 terabytes de dados que incluem emails, imagens, PDFs e outros documentos que têm levantado suspeitas sobre esquemas de sonegação de impostos que envolvem políticos importantes e outras figuras públicas mundiais.
"Permitimos ao ICIJ fazer o que eles provavelmente não conseguiriam fazer por meses ou anos", disse a vice-presidente da Nuix, Angela Bunting, à Reuters.
Por meio do software, o ICIJ conseguiu fazer com que milhões de documentos digitalizados, alguns com décadas de idade, pudessem ser pesquisáveis, ajudando os jornalistas a fazerem referências cruzadas sobre os clientes do Mossack Fonseca.
O vazamento disparou investigações ao redor do globo sobre suspeitas de atividades ilegais promovidas pelos ricos e poderosos. A Mossack Fonseca, que está no centro do escândalo, nega qualquer irregularidade.
Criada há 10 anos por um desenvolvedor de software que passou seus dias na universidade tentando encontrar maneiras de simplificar o email, a Nuix afirma atualmente que vende seus programas para 65 países, para uma lista de clientes que incluem a Organização das Nações Unidas, Serviço Secreto dos Estados Unidos e numerosos departamentos e agências governamentais.