Por Melissa Fares
NOVA YORK (Reuters) - Em sua primeira entrevista coletiva desde a eleição presidencial de 8 de novembro, o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, movimentou as redes sociais com comentários incendiários, como duras críticas à imprensa e a insistência na meta de melhorar os laços com a Rússia.
A entrevista realizada na quarta-feira no lobby da Trump Tower, em Nova York, teve alguns momentos “virais”, como a discussão com um repórter o qual Trump acusou de promover “notícias falsas”.
“Eu não vou deixar você fazer uma pergunta”, disse Trump ao jornalista da CNN, emissora que noticiou na terça-feira que o presidente eleito havia sido informado por agências de inteligência dos EUA sobre alegações que agentes russos possuíam informações comprometedoras sobre ele.
“Você é notícia falsa!”, disse ele ao repórter em um momento que reverberou no Twitter.
O comentário de Trump de que repórteres eram “os únicos que se importavam” com sua declaração de imposto de renda gerou 165 mil tuítes durante a entrevista. Usuários da rede social pediram a outros que compartilhassem um tuíte se “você não for um repórter e mesmo assim quiser ver a declaração de IR de Trump”.
Na Rússia, a hashtag #TrumpPressConference (entrevistacoletivadeTrump) estava na lista de principais tópicos durante a coletiva, e até várias horas depois.
“Se Putin gosta de Donald Trump, eu considero isso um ativo, não um risco, porque temos um relacionamento horrível com a Rússia”, disse Trump, que tomará posse em 20 de janeiro, em referência ao presidente russo.
“Eu não sei se vou me dar bem com Vladimir Putin. Espero que sim. Mas há boas chances que não”, disse Trump, gerando diversos tuítes de pessoas na Rússia.
Agências de inteligência dos Estados Unidos disseram que a Rússia esteve por trás de uma campanha de ciberataque que buscou aumentar as chances de eleição de Trump contra a democrata Hillary Clinton.
Houve cerca de 80 mil tuítes no mundo todo com a tag #TrumpPressConference durante a coletiva, a qual durou uma hora e teve a presença de 250 repórteres.
O sentimento sobre Trump durante o evento foi 14 por cento positivo, 63 por cento neutro e 23 por cento negativo, de acordo com a empresa de tecnologia para marketing digital Amobee.