Por Stephen Nellis e Greg Roumeliotis
(Reuters) - A Qualcomm está se preparando para adicionar pelo menos dois novos diretores em seu conselho, disseram à Reuters pessoas familiarizadas com o assunto, conforme a empresa busca acalmar acionistas que não participaram da votação para seu conselho em março.
A fabricante de chips para celulares dos Estados Unidos foi forçada a defender seu histórico este ano depois de incomodar alguns investidores ao recusar uma oferta de aquisição de 120 bilhões de dólares da rival Broadcom, e fracassar em garantir a aprovação regulatória na China para sua aquisição da NXP Semiconductors (NASDAQ:NXPI) por 44 bilhões de dólares, além de não conseguir resolver uma disputa de patentes de longa data com a Apple (NASDAQ:AAPL).
Investidores expressaram insatisfação com a empresa em março passado, quando a maioria dos diretores da Qualcomm, incluindo o presidente-executivo Steve Mollenkopf, foram eleitos com o apoio de menos de 50 por cento das ações em circulação, mesmo sem oposição.
O cenário sucedeu a saída do presidente do conselho, Paul Jacobs, que se afastou para explorar uma oferta de aquisição para a empresa, que ainda não se concretizou.
Irene Rosenfeld, que deixou no ano passado a presidência-executiva da Mondelez International, e Martin Anstice, presidente-executivo da fabricante de equipamentos de semicondutores Lam Research, estão em negociações avançadas para participar do conselho da Qualcomm, as fontes disseram à Reuters nesta terça-feira.
A nomeação dos executivos ampliaria de 12 para 14 o número de diretores que compõe o conselho. A Qualcomm nomeou Neil Smit, vice-presidente da operadora de TV a cabo Comcast, e Mark Fields, ex-presidente-executivo da montadora Ford Motor, em junho.
Mais adições ao conselho da empresa no próximo ano são possíveis, disseram as fontes. O membro do conselho Thomas Horton, ex-presidente da American Airlines, considera tentar uma reeleição no próximo ano depois de servir como um dos diretores por 10 anos e ainda tem que tomar uma decisão, segundo duas das fontes.
A Qualcomm não comentou o assunto.
A empresa está sob pressão para cumprir as metas financeiras estabelecidas ao mesmo tempo em que se defende da Broadcom. A oferta hostil foi bloqueada em março pelo presidente dos EUA, Donald Trump, por causa de preocupações com a segurança nacional.