Por Taro Fuse e Makiko Yamazaki
TÓQUIO (Reuters) - A Toshiba está considerando liquidar sua unidade nuclear britânica NuGen, disseram duas pessoas com conhecimento direto do assunto nesta quinta-feira, levando o Reino Unido a buscar alternativas para um projeto que deveria fornecer 7 por cento do total de eletricidade do país.
O movimento acontece num momento em que a Toshiba acredita que as negociações para vender a unidade se arrastaram por muito tempo, disseram as fontes à Reuters. "A Toshiba está ansiosa para fechar os riscos potenciais associados à NuGen", disse uma das fontes, que se recusou a ser identificada por se tratar de conversas privadas.
O Reino Unido precisa investir em novas capacidades para substituir o envelhecimento de usinas de energia à carvão e dos reatores nucleares que devem fechar na década de 2020, mas grandes usinas novas, especialmente as nucleares, tiveram dificuldades para decolar devido aos altos custos e aos fracos preços da eletricidade.
O projeto NuGen, em Moorside, noroeste da Inglaterra, enfrentou reveses após a falência do braço nuclear da Toshiba, a Westinghouse, no ano passado.
A Korea Electric Power (KEPCO) foi inicialmente o licitante preferido, mas perdeu esse status em julho. A Toshiba, em seguida, negociou com a Brookfield Asset Management, mas as negociações foram encerradas, disse uma das fontes.
O conglomerado japonês ainda está discutindo com a KEPCO, mas como as perspectivas para as negociações não estão claras, a Toshiba decidiu considerar a liquidação da NuGen, disse uma das fontes.
Quando contatada pela Reuters, a Toshiba informou em comunicado que "continua a considerar opções adicionais, incluindo a venda de suas ações da NuGen para a KEPCO".
Um porta-voz da KEPCO disse que a empresa não tem conhecimento do plano da Toshiba de liquidar a NuGen.
Um porta-voz da NuGen afirmou: "Há uma janela de tempo limitada, e a conclusão da NuGen e do Projeto Moorside continua sendo uma perspectiva muito real, com a Toshiba indicando claramente sua intenção de se retirar do projeto até o final do ano fiscal".
(Por Taro Fuse e Makiko Yamazaki)