Por David Ingram
SÃO FRANCISCO, Estados Unidos (Reuters) - O Facebook informou nesta quarta-feira que as informações pessoais de até 87 milhões de usuários podem ter sido compartilhadas indevidamente com a consultoria política Cambridge Analytica, ante estimativa anterior de mais de 50 milhões de usuários.
A maioria das 87 milhões de pessoas que tiveram seus dados compartilhados com a Cambridge Analytica, que trabalhou na campanha do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em 2016, está nos Estados Unidos, afirmou o diretor de tecnologia do Facebook, Mike Schroepfer, em mensagem publicada nesta quarta-feira.
O Facebook disse que estava tomando medidas para restringir os dados pessoais disponíveis para desenvolvedores de aplicativos.
A maior empresa de mídia social do mundo tem sido castigada por investidores e enfrenta críticas de usuários, anunciantes e legisladores após uma série de escândalos sobre notícias falsas, interferência eleitoral e violação de privacidade.
As ações do Facebook caíram 1,4 por cento nesta quarta-feira, para 153,90 dólares. Desde o início do escândalo da Cambridge Analytica, as ações já recuaram cerca de 16 por cento.
A estimativa anterior de mais de 50 milhões de usuários do Facebook afetados pelo vazamento de dados veio de dois jornais, o New York Times e o londrino Observer, com base em suas investigações sobre a Cambridge Analytica.
Schroepfer não forneceu detalhes sobre como o Facebook chegou à estimativa mais alta, mas disse que a empresa dirá às pessoas se suas informações podem ter sido compartilhadas de maneira imprópria com o Cambridge Analytica.
Um representante da Cambridge Analytica não pôde ser imediatamente contatado para comentar.
A consultoria britânica, porém, negou irregularidades. A empresa diz que contratou um professor universitário "de boa fé" para coletar dados do Facebook de maneira similar ao realizado por outros desenvolvedores de aplicativos.
O escândalo deu origem a investigações no Reino Unido, nos EUA e no Brasil.
O governo da Nigéria investigará as alegações de envolvimento indevido da Cambridge Analytica nas eleições de 2007 e 2015, disse um porta-voz da presidência na segunda-feira.
(Por David Ingram)