SÃO FRANCISCO, Estados Unidos (Reuters) - O Facebook (NASDAQ:FB) superou expectativas de analistas para o lucro do terceiro trimestre, mas sua meta de crescimento de base mensal de usuários decepcionou e o ritmo de crescimento de receita foi o mais lento em cerca de seis anos.
A rede social conseguiu manter os custos sob controle de maneira melhor que o previsto por analistas, mas enfrenta desafios para ampliar a base de usuários, o que gerava volatilidade nas ações da companhia após a divulgação dos resultados.
As ações do Facebook também sentiram pressão depois que o presidente-executivo, Mark Zuckerberg, repetiu a analistas durante teleconferência o alerta feito pela empresa de que uma mudança no comportamento dos usuários poderá fazer com que o ritmo de crescimento de receita e custo fiquem fora de sincronia "por algum tempo".
O executivo também citou que os custos vão continuar crescendo para fazer frente a questões de segurança.
"As eleições (nos Estados Unidos) serão um teste real dos mecanismos de proteção que colocamos em prática", disse Zuckerberg. "Com uma comunidade de mais de 2 bilhões de pessoas, veremos tudo de bom e ruim que a humanidade pode fazer. E nós nunca seremos perfeitos."
Grandes estrelas de Wall Street nos últimos anos, as gigantes da internet Facebook, Amazon.com (NASDAQ:AMZN) e Alphabet (NASDAQ:GOOGL) enfrentaram dificuldades ao longo do último mês.
Desaceleração do crescimento depois de anos de fortes resultados têm sido uma grande fonte de preocupação dos investidores e os resultados do Facebook ressaltaram alguns destes temores.
Apesar disso, o balanço da rede social mostrou "um trimestre bem bom, todo mundo estava esperando um desastre", disse Ivan Feinseth, da Tigress Financial Partners. Enquanto isso, James Cordwell, analista da Atlantic Equities, descreveu os resultados da companhia como "provavelmente um alívio para o mercado".
As despesas totais do Facebook no terceiro trimestre subiram para 7,95 bilhões de dólares, uma alta de 53 por cento sobre o desempenho de um ano antes. Mas a margem operacional caiu 2 pontos percentuais, para 42 por cento.
A receita do terceiro trimestre somou 13,73 bilhões de dólares, alta de 33 por cento sobre o faturamento obtido um ano antes. Analistas, em média, esperavam faturamento de 13,78 bilhões de dólares, segundo dados da Refinitiv.
O lucro trimestral de 5,14 bilhões de dólares, ou 1,76 dólar por ação, ficou 9 por cento acima do obtido um ano antes e foi maior que a previsão média de analistas, de 1,48 dólar.
O Facebook perdeu 1 milhão de usuários mensais na Europa pelo segundo trimestre consecutivo. Apesar disso, a empresa obteve 1 milhão de usuários mensais nos Estados Unidos.
A companhia afirmou que 2,6 bilhões de usuários interagem com pelo menos um de seus aplicativos a cada mês ante 2,5 bilhões quando divulgou o número pela primeira no trimestre passado.
Os usuários mensais e diários do principal aplicativo do Facebook ante o registrado no trimestre passado subiram 10 por cento, para 2,27 bilhões, e 9 por cento, para 1,49 bilhão, respectivamente.
Alguns analistas financeiros estão preocupados que os problemas operacionais do Facebook sejam tão grandes que os custos continuarão subindo descolados da expansão da receita.
"O fato de problemas continuarem surgindo reforça nossa visão de que a companhia não está no controle de seus negócios como deveria", disse o analista Brian Wieser, da Pivotal Research, em relatório enviado a clientes neste mês.
(Por Munsif Vengattil e Paresh Dave)