BRUXELAS (Reuters) - Bancos da União Europeia que enfrentam crescente compteição de empresas de tecnologia financeira podem ter mais facilidade para investir em software com regras em discussão com reguladores.
As regras bancárias do bloco tratam o software como custo e não como investimento, forçando os bancos a cobrir as despesas com aplicações digitais com uma quantidade igual de capital.
Mas com bancos ameaçados por um crescente número de ataques cibernéticos e sob a pressão de novos participantes ágeis no setor, reguladores estão considerando mudanças.
"Os serviços da Comissão estão em diálogo com as partes interessadas para obter uma melhor compreensão da interação entre contabilidade e tratamento prudencial do software", disse uma porta-voz da Comissão Europeia à Reuters. "Iremos considerar ações apropriadas, se necessário".
Se as despesas com software, que equivalem a cerca de metade do investimento digital total dos bancos, forem tratadas na UE como nos Estados Unidos, isso pode liberar mais de 20 bilhões de euros em capital este ano, disse um especialista do setor.
Muitos bancos europeus demoraram para investir em adaptações para lidar com as rápidas mudanças na forma como consumidores usam a tecnologia para financiamento, com as fintechs começado a ganhar participação de mercado em uma variedade de setores, de pagamentos a empréstimos.
À medida que o software se torna mais específico, ganha valor, e deve ser incorporado no capital, como é o caso de ativos tangíveis, como edifícios, dizem os bancos. Isso reduziria as reservas obrigatórias que fazem para cobrir as despesas digitais de acordo com as regras do bloco europeu.
Mas a Autoridade Bancária Europeia (EBA, na sigla em inglês) disse que as mudanças nas regras atuais devem ser tratadas "com a máxima cautela". Se os bancos puderem reservar menos capital para cobrir despesas de software, poderiam acabar com um menor índice de capital, o que poder aumentar os riscos.
(Por Francesco Guarascio)