BUCARESTE (Reuters) - A França não está visando especificamente os gigantes da internet norte-americanos com um imposto planejado para empresas de serviços digitais, disse o Ministro das Finanças francês em uma entrevista, rejeitando a pressão de Washington.
O Departamento de Estado dos EUA disse que o secretário de Estado, Mike Pompeo, pediu à França em uma reunião com seu colega francês Jean-Yves Le Drian na quinta-feira para não aprovar o imposto sobre serviços digitais, dizendo que isso prejudicaria as empresas de tecnologia dos EUA.
"A França não está liderando uma cruzada contra os Estados Unidos. Os Estados Unidos são um aliado e amigo da França. A França lidera uma cruzada contra a injustiça tributária - não é a mesma coisa", disse à Reuters o ministro das Finanças, Bruno Le Maire.
Falando em Bucareste, onde participava de uma reunião com colegas da União Europeia, ele acrescentou que a França estava longe de ser a única na Europa com seu apoio à criação de impostos mínimos para empresas de serviços digitais, com Áustria, Reino Unido, Espanha e Itália também tendo seus próprios planos.
O surgimento de gigantes da internet, como o Google (NASDAQ:GOOGL), o Facebook e a Amazon (NASDAQ:AMZN) levou as regras tributárias internacionais ao limite, porque elas são capazes de registras seus lucros em países com impostos baixos e não onde o cliente está localizado.
O principal funcionário fiscal do Tesouro dos EUA, Chip Harter, disse no mês passado em Paris que tais impostos eram potencialmente "discriminatórios" e disse que Washington estava investigando se poderia retaliar sob as regras da OMC e tratados comerciais.
(Por Leigh Thomas)