Por Mathieu Rosemain e Gwénaëlle Barzic
PARIS (Reuters) - Autoridades francesas devem ter mais acesso aos algoritmos do Facebook e maior escopo para auditar as políticas internas da empresa de mídia social contra o discurso de ódio, concluiu um relatório encomendado pelo presidente Emmanuel Macron.
O documento vem depois que o Facebook ter sido duramente criticado por políticos e pelo público por não conseguir remover mais rapidamente imagens do ataque a tiros em Christchurch, Nova Zelândia, de sua rede. Cinquenta pessoas foram mortas no ataque, com imagens circulando online por dias.
O presidente francês, que se reunirá com o fundador e presidente-executivo do Facebook, Mark Zuckerberg, nesta sexta-feira, quer que a França assuma um papel de liderança na regulamentação de tecnologia, buscando um equilíbrio entre o que ele entende como postura de laissez-faire dos EUA e a mão de ferro da China.
O relatório de 33 páginas, escrito em conjunto por um ex-chefe de relações públicas do Google (NASDAQ:GOOGL) França, recomenda aumentar a supervisão da maior rede de mídia social do mundo e permitir que um regulador independente policie os esforços de grandes empresas de tecnologia para lidar com o discurso de ódio.
"A inadequação e a falta de credibilidade na abordagem de autorregulação adotada pelas maiores plataformas justificam a intervenção pública para torná-las mais responsáveis", disse o relatório.
Empresas como o Facebook não podem simplesmente se declarar transparentes, acrescentou, observando que a verificação da integridade dos algoritmos que eles usam é uma tarefa particularmente complexa.