WASHINGTON (Reuters) - A montadora norte-americana General Motors emergiu como forte aliada das operadoras de telefonia celular que lutam contra regras mais rígidas para a Internet, com uma nova carta que ligou a questão aos carros conectados.
Em carta à Comissão Federal de Comunicações (FCC, na sigla em inglês), à qual a Reuters teve acesso nesta quarta-feira, o diretor global de consumo da GM, Harry Lightsey III, pediu que a FCC "considere a distinção crítica" nas regras de tráfego de Internet fixa e móvel e disse que novas limitações na indústria de celular podem coagir a inovação em carros conectados.
"Do nosso ponto de vista", disse Lightsey em carta datada de 9 de outubro, "a banda larga móvel sendo entregue em um carro que se move a 75 milhas por hora em uma autoestrada -- ou parado num congestionamento espontâneo-- é um fenômeno fundamentalmente diferente de uma conexão de banda larga com fio na casa de um cliente, e merece consideração nas novas regras."
A FCC está considerando se deverá rever exceções antes aplicadas para as operadoras móveis enquanto reescreve as regras da "neutralidade de rede", depois que uma corte de apelações rejeitou a versão de 2010 das regras em janeiro.
A neutralidade de rede se refere à ideia de que os provedores de Internet deverão fornecer acesso igualitário para todo o conteúdo na Web.
Pelas regras de 2010, todos os provedores estão proibidos de bloquear acesso a sites, mas operadoras de celular só foram proibidas de bloquear aplicativos que competiam com seu próprio serviço de voz e de chamadas por vídeo.
Os fornecedores de banda larga fixa também não podiam bloquear ou "discriminar sem razão" aplicativos, enquanto as operadoras de celular não receberam regras específicas contra a discriminação.
Agora, grupos de interesse público e companhias da Web, incluindo Google e Facebook, dizem que a FCC deveria impor regras contra discriminação semelhantes para operadoras de celular e de banda larga fixa. Eles afirmam que as exceções para "gestão razoável da rede" devem ser suficientes para adaptar regras mais flexíveis para as redes de celular.
Mas as operadoras dizem que, comparadas às fornecedoras de banda larga fixa, elas dependem de tecnologia diferente e dinâmica, carregam sinal por meio de ondas limitadas e compartilhadas e enfrentam uma realidade competitiva diferente, o que justificaria restrições menores.
(Por Alina Selyukh)