Por Esha Vaish e Kate Holton
(Reuters) - O Google se desculpou nesta segunda-feira por permitir que anúncios publicitários apareçam juntamente a vídeos ofensivos no YouTube, enquanto empresas como Marks & Spencer e HSBC tiraram as campanhas voltadas ao mercado britânico de sites do Google.
O governo britânico suspendeu anúncios no YouTube depois que algumas propagandas do setor público apareceram junto de vídeos contendo mensagens homofóbicas e antissemitas, desencadeando uma onda de processos judiciais.
O mercado britânico é o maior do Google, da holding Alphabet, fora dos Estados Unidos, gerando 7,8 bilhões de dólares principalmente com anúncios publicitários em 2016, ou quase 9 por cento da receita global da gigante norte-americana.
"Eu gostaria de me desculpar com os parceiros e anunciantes que foram afetados pelos seus anúncios aparecendo em conteúdo controverso", disse o presidente do Google para Europa, Oriente Médio e África, Matt Brittin, durante o evento anual Advertising Week Europe, em Londres.
Marcas britânicas renomadas e algumas das maiores empresas de publicidade responsáveis por colocar vasta quantia de material de marketing para os clientes disseram que estão reavaliando como trabalham com o Google.
O boicote é o mais recente episódio do embate entre as empresas de publicidade e gigantes de internet que construíram posições dominantes em propaganda digital ao oferecerem não só enormes audiências, mas também a capacidade de usar dados de usuários para elaborar anúncios mais focados e relevantes.
Para grandes grupos publicitários como a WPP, as empresas de internet são tanto cliente quanto concorrente, enquanto tradicionais empresas de mídia, incluindo jornais e sites, estão tendo que competir com elas.
(Reportagem adicional de Eric Auchard, Rahul B, Gwenaelle Barzic, James Davey e Lawrence White)