Por Dustin Volz
SAN FRANCISCO (Reuters) - Um grupo de direitos digitais com sede em San Francisco criticou na quinta-feira várias empresas de Internet por terem removido grupos neonazistas de servidores e serviços, dizendo que as ações eram "perigosas" e ameaçavam a livre expressão online.
A GoDaddy, o Google, da Alphabet, a empresa de segurança Cloudflare e outras empresas de tecnologia agiram nesta semana para bloquear grupos de ódio após a violência no fim de semana em Charlottesville, Virgínia, onde os nacionalistas brancos se reuniram para protestar contra a remoção de uma estátua do general confederado Robert E. Lee de um parque.
"Nós acreditamos firmemente que o que a GoDaddy, o Google e o Cloudflare fizeram aqui foi perigoso", escreveu Cindy Cohn, diretora-executiva da Electronic Frontier Foundation, em uma postagem no blog junto com outros dois funcionários.
A postagem do blog reflete uma longa tensão no Vale do Silício, onde muitos executivos de empresas querem se distanciar dos extremistas, mas estão preocupados com o fato de que escolher o que é aceitável em suas plataformas poderia incentivar maior regulamentação governamental.
"Proteger a liberdade de expressão não é algo que fazemos porque concordamos com todo o discurso que é protegido", escreveu a Electronic Frontier Foundation. "Nós fazemos isso porque o poder de decidir quem fala e quem não é perigoso demais para qualquer empresa ou qualquer governo".
O grupo pediu às empresas que gerenciam nomes de domínio da Internet, incluindo o Google e o GoDaddy, que "desenhem uma linha firme" e não suspendam ou prejudiquem nomes de domínio "com base em conteúdo expressivo de sites ou serviços".
(Por Dustin Volz)