Por Brendan O'Brien
(Reuters) - Hackers ligados ao governo da Rússia tentaram atacar os sites de dois grupos de pesquisa norte-americanos de direita, sugerindo que estão ampliando suas ações no período que antecede as eleições de novembro nos Estados Unidos, disse a Microsoft (NASDAQ:MSFT).
A gigante de tecnologia disse que impediu as tentativas na semana passada, ao tomar controle de sites que os hackers haviam desenvolvido para imitar as páginas do Instituto Republicano Internacional e do Instituto Hudson. Como parte da estratégia, usuários eram redirecionados a endereços falsos, onde suas informações de login e senhas eram solicitadas.
"Estamos preocupados que essas e outras tentativas representem ameaças à segurança de uma gama cada vez maior de grupos conectados a ambos os partidos políticos norte-americanos no período que antecede as eleições de 2018", disse a Microsoft em publicação em seu blog durante a noite.
Uma autoridade diplomática russa negou as acusações e descreveu as alegações da Microsoft como parte de um jogo político, informou a agência de notícias Interfax.
"A Microsoft está jogando jogos políticos", disse a fonte não identificada. "As eleições (dos Estados Unidos) ainda não aconteceram, mas já há alegações".
Classificando as acusações como parte de uma campanha anti-Rússia, elaborada para justificar novas sanções contra o país, a Rússia tem dito que quer melhorar, e não piorar, os laços com Washington.
O conselho do Instituto Republicano Internacional é composto por importantes republicanos, como o senador John McCain, que já criticou as interações do presidente norte-americano, Donald Trump, com a Rússia e o histórico de direitos de Moscou.
O Instituto Hudson, outro grupo conservador, já realizou discussões sobre tópicos como cibersegurança, de acordo com a Microsoft. A organização também tem examinado o crescimento da cleptocracia, especialmente na Rússia, e tem criticado o governo russo, relatou o New York Times.
"Eles (os russos) estão conduzindo ataques que acreditam estar em seu próprio interesse nacional", disse Eric Rosenbach, diretor do projeto de defesa à democracia digital da Universidade de Harvard, ao New York Times.
"Trata-se de atrapalhar e diminuir qualquer grupo que desafie a maneira como a Rússia de Putin está operando em casa e pelo mundo".